A cúpula do Brics, programada para acontecer entre os dias 22 e 24 de agosto, em Johanesburgo, na África do Sul, poderia contar com um convidado inusitado: o presidente francês Emmanuel Macron.
Segundo matéria do jornal L’Opinion, o mandatário teria solicitado ao seu homólogo sul-africano Cyril Ramaphosa um convite para presenciar o evento anual dos países do bloco composto também por Rússia, Índia China e Brasil – que será representado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já confirmou sua participação.
“De acordo com informações preliminares, o líder francês consultou Ramaphosa, anfitrião do próximo encontro, sobre a possibilidade de participar da cúpula”, segundo o jornalista Pascal Airault, cujas fontes também teriam revelado que Macron realizou o pedido no dia 3 de junho, quando manteve um contato telefônico o presidente sul-africano.
A matéria do L’Opinion assegura que o governo francês não havia recebido nenhuma resposta da África do Sul até este domingo (11/06), nem de aceitação nem de rechaço ao pedido de Macron. O jornal afirma que a reação de Ramaphosa ao saber da intenção do francês em participar da cúpula foi de “surpresa”.
Cúpula do Brics
A próxima cúpula do Brics é vista como um evento capaz de mudar o panorama geopolítico global, devido à possibilidade de ampliar a influência do bloco no mundo.
Wikimedia Commons
Macron ligou para presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, solicitando sua presença na cúpula dos Brics, mas ainda não obteve resposta
Isso porque uma das pautas do evento será a avaliação dos mais de 20 pedidos formais de países que desejam formar parte da organização, situação que será avaliada pelos presidentes Lula (Brasil), Vladimir Putin (Rússia) e Xi Jinping (China), pelo primeiro-ministro Narendra Modi (Índia), além do anfitrião Ramaphosa.
Segundo a agência Bloomberg, a lista de espera oficial para ingressar no bloco inclui países como Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Bielorrússia, Cazaquistão, Egito, Indonésia, Irã, México, Nigéria, Senegal, Síria, Turquia e Venezuela, entre outros.
A grande quantidade candidatos a entrar no Brics, especialmente de países latino-americanos, africanos e asiáticos, tem feito autoridades diplomáticas dos Estados Unidos e de nações da União Europeia ampliarem seus esforços nos últimos meses para reforçar suas relações com essas regiões, temendo perder influência.
Prova disso foi a cúpula do G7, realizada em maio passado no Japão, que contou com um número recorde de convidados externos, com um total de nove, incluindo Austrália, Brasil, Coréia do Sul, Ilhas Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, Ucrânia e Vietnã.