A Coreia do Norte enviou, nesta quinta-feira (11/02), tropas para ocupar o complexo industrial de Kaesong, projeto que divide com a Coreia do Sul, e expulsar os funcionários sul-coreanos do local. Seul suspendeu suas atividades no complexo em resposta ao lançamento de um foguete de longo alcance pela Coreia do Norte no último domingo (07/02). Segundo Pyongyang, o fechamento do complexo industrial foi uma “perigosa declaração de guerra” da Coreia do Sul.
Cerca de 248 pessoas foram expulsas, os bens das 124 empresas sul-coreanas atuando no complexo foram confiscados e a única estrada que ligava o Sul ao parque industrial, localizado dentro da Coreia do Norte, foi fechada. Além disso, os militares do Norte cortaram duas linhas de comunicação com o Sul.
Agência Efe
Caminhões de empresas sul coreanas deixam o complexo de Kaesong nesta quinta-feira
“A recente medida provocativa [da Coreia do Sul] é uma declaração do fim do último fio de vida entre as relações do Norte e do Sul, negação da declaração conjunta Norte-Sul de 15 de junho e uma perigosa declaração de guerra, levando a situação na península coreana à beira de uma guerra”, disse em comunicado oficial o Comitê de Reunificação Pacífica da Coreia (CPRK, sigla em inglês), uma agência do governo norte-coreano.
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“O grupo fantoche da Coreia do Sul irá experimentar o quão desastrosas e dolorosas serão as consequências de suas ações”, afirmou o CPRK. A agência ainda chamou a presidente sul-coreana, Park Guen-hye, de “traidora”.
Em resposta às medidas de Pyongyang, o Ministério da Unificação de Seul disse que o governo irá fazer os “maiores esforços para garantir que todos os nossos cidadãos [que estavam em Kaesong] voltem em segurança para casa”.
Alguns caminhões das empresas sul-coreanas em operação no complexo conseguiram retirar parte de seus materiais e retornar à Coreia do Sul antes do fechamento da estrada que liga os dois países.
O complexo industrial de Kaesong é um símbolo da política de reconciliação entre as Coreias do fim dos anos 1990, tendo sido aberto em 2004. Os dois países viveram crise parecida, com a suspensão das atividades de Kaesong pelo Sul e o corte de linhas de comunicação pelo Norte em 2013, quando Pyongyang fez seu terceiro teste nuclear.