“Monitorar, de perto, os desenvolvimentos da Coreia do Norte e manter firmemente uma prontidão militar para garantir a segurança do povo”, foram as primeiras declarações dadas pelo presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, após retornar do Reino Unido e da França em função de uma agenda internacional.
O pronunciamento público desta segunda-feira (27/11) aconteceu assim que o líder foi informado pelo ministro da Defesa, Shin Won Sik, e pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Kim Myong Soo, sobre a situação de insegurança e de ameaças militares por parte da Coreia do Norte.
À imprensa, Myong Soo declarou que as decisões que o governo sul-coreano tomará dependerão exclusivamente das ações norte-coreanas:
“É a Coreia do Norte que está quebrando a confiança”, culpou o chefe.
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul acusa os norte-coreanos de “deturpar os fatos” com relação à decisão feita pela própria pasta, em 23 de setembro, de suspender parcialmente o acordo militar de 19 de setembro. Seul entende que Pyongyang usa o argumento como uma “prerrogativa” para restaurar integralmente as medidas militares na fronteira que divide os países.
Na ocasião, como resposta, o Ministério da Defesa de Pyongyang havia prometido restaurar todas as forças da zona de conflito após a Coreia do Sul suspender trechos do tratado que foi projetado em 2018 com o objetivo de reduzir as tensões na península coreana:
“Vamos desfazer todas as medidas adotadas para visavam evitar tensões militares e conflitos em todos os âmbitos. Seja por terra, por mar ou por ar, as forças armadas mais poderosas, assim como os equipamentos militares de última geração, serão todos usados ao longo da linha de demarcação militar”, afirmaram as autoridades norte-coreanas.
Pyongyang entende que Seul não deveria ter “tocado” no tratado, e deixa claro que “quaisquer ocorrências na linha divisória” estariam sob responsabilidade do governo sul-coreano, que primeiro rompeu o pacto.
As autoridades militares de Seul informam que a Coreia do Norte já está importando armas pesadas, abrindo portões de artilharia pelo Mar do Oeste, além de restaurar instalações de postos de observação que haviam sido destruídos com a assinatura do acordo.
Twitter/YonHap News Agency
Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, ordena monitoramento sobre Coreia do Norte após movimentos militares em Pyongyang
Forças Combinadas de Seul e Washington
O Ministro da Defesa sul-coreana, Shin Won Sik, visitou nesta segunda-feira (27/11) o comando das Forças Combinadas da Coreia do Sul e os Estados Unidos, em Pyeongtaek, Província de Gyeonggi, para revisar todos os preparativos militares e encorajar as forças armadas.
“Os soldados norte-americanos e sul-coreanos são um símbolo de força da aliança militar entre as nações”, ressaltou orgulhosamente o ministro Won Sik.
O sul-coreano destacou ainda que “as armas nucleares e mísseis de Pyongyang são as ameaças mais sérias que existem à península coreana” e classificou a união entre Washington e Seul como “a fonte da força capaz de deter as provocações da Coreia do Norte”.
Conselho da ONU volta a condenar
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) pediu às autoridades norte-coreanas a descontinuidade dos projetos de desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos.
“Enfatizamos mais uma vez nosso apelo à República Popular Democrática da Coreia para que se abstenha de tais ações”, disse Khaled Khiari, secretário-geral adjunto para o Oriente Médio e Ásia e Pacífico.
A reunião realizada na sede do órgão em Nova York, nos Estados Unidos, também nesta segunda-feira (27/11), discutiu sobre como responder ao recente lançamento do satélite de reconhecimento militar norte-coreano. Participaram nela Hwang Jun Kook, o embaixador da Coreia do Sul nas Nações Unidas, assim como o embaixador da Coreia do Norte, Kim Sung.
Os Estados Unidos, mais uma vez, voltaram a acusar Pyongyang de violar as resoluções de segurança da ONU ao usar a tecnologia.
Já recentemente a Rússia, membro permanente do órgão, tem ressaltado, por declarações, sua aproximação com a Coreia do Norte, além de manifestar interesse em reforçar ainda mais as relações diplomáticas com o país. A China, que é também um membro permanente da ONU e, neste mês, preside o Conselho de Segurança, tem mantido um posicionamento passivo em relação às ações do líder Kim Jong Un.