“A razão pela qual o regime norte-coreano desenvolve armas nucleares e se envolve em provocações militares é porque este é o único meio de manter seu poder ditatorial” acusou o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, no momento em que seu governo se sente ameaçado pelos recentes movimentos armados de Pyongyang na fronteira que divide os dois países.
O líder sul-coreano ainda afirmou que a “paz” se constrói por meio de um “poder avassalador”, se referindo ao apoio que tem de seu parceiro, os Estados Unidos: “esse poder pode ser aplicado a qualquer momento desde que seja para se defender”.
As declarações foram dadas nesta terça-feira (28/11) na sessão plenária do 21º Conselho Consultivo para a Reunificação Democrática e Pacífica, em Ilsan. O evento contou com a presença também do vice-presidente Kim Kwan Yong, além de 11.000 conselheiros domésticos e 120 membros do comitê executivo no exterior.
Aos participantes, o presidente sul-coreano mencionou sobre um comitê governamental que trabalha na unificação pacífica da península coreana, e pediu para que o grupo assuma a “liderança na solidificação da democracia liberal da Coreia do Sul e na consolidação da vontade do povo para a reunificação”.
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Yoon Suk Yeol acusa desenvolvimento de armas nucleares por parte da Coreia do Norte e ameaça com ‘poder avassalador’
Durante a reunião, diversas vezes, Yoon Suk Yeol criticou Pyongyang por continuar desenvolvendo armas nucleares:
“O sistema totalitário comunista da Coreia do Norte não criou nada, nem um mercado vibrante, tecnologia avançada ou talentos futuros. Ele falhou”, deduziu o presidente, acrescentando que o desenvolvimento de armas nucleares é um meio de Pyongyang manter seu regime totalitário.
Ao mencionar os diversos acordos internacionais de desnuclearização assinados pela Coreia do Norte, incluindo com Washington, Yoon lamentou que nenhum dos tratados foi, de fato, concretizado, culpando uma falha na implementação dos textos.
O sul-coreano sugeriu uma condição às autoridades norte-coreanas, chamando a proposta de um “plano ousado”, que consiste em oferecer apoio econômico e investimentos, assim como melhores relações políticas e diplomáticas, caso Pyongyang decida por uma desnuclearização militar.
“No entanto, a razão pela qual o regime norte-coreano não pode desistir de suas armas nucleares é porque acredita que isso deixará em perigo seu poder ditatorial”, ressaltou Yoon, concluindo que a Coreia do Norte está “tentando neutralizar a vontade do nosso povo em termos de segurança e quebrar alianças de cooperação, ameaçando usar a força nuclear”.