O chanceler venezuelano Jorge Arreaza afirmou nesta quinta-feira (19/10) que a Costa Rica “demonstra submissão vergonhosa aos EUA” ao atacar o processo eleitoral comandado por Caracas. A chancelaria costa-riquenha emitiu, na terça (18/10), um comunicado em que afirmava desconhecer os resultados do pleito, classificando-os de “fraudulentos” e “irregulares”. Observadores internacionais não viram problemas na apuração.
“Com seu insolente comunicado, a chancelaria da Costa Rica demonstra arrogância e ignorância absoluta sobre a realidade política venezuelana. A Costa Rica denota submissão vergonhosa ao prestar-se como instrumento do governo estadunidense para atacar a democracia venezuelana”, afirmou.
Arreaza disse que a baixa popularidade do presidente costa-riquenho Luis Guillerme Solís torna impossível que o governo do país consiga “emular vitórias eleitorais como as da Revolução Bolivariana”. “Quisera o governo da Costa contar com o contundente respaldo popular com que conta a Revolução Bolivariana na Venezuela”, prosseguiu.
O chanceler venezuelano foi além. “Nenhum governo do mundo tem autoridade para reconhecer ou desconhecer instituições soberanas venezuelanas surgidas da vontade popular. Fazemos votos para que o governo da Costa Rica deixe de subordinar-se à administração Trump e recupere sua dignidade e independência”, afirmou.
Canadá
Nesta terça (18/10), Arreaza entregou pessoalmente ao encarregado de negócios do Canadá na Venezuela, Craib Kowalik, uma carta em que protesta contra o que Caracas chama de “ingerência” de Ottawa nos assuntos internos do país.
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Agência Efe
Chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, disse que Costa Rica está submissa aos EUA
O governo canadense afirmou, a exemplo da Costa Rica, que não iria reconhecer os resultados da eleição regional, na qual o chavismo conquistou 18 de 23 Estados. A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, afirmou em um comunicado que seu país “está muito preocupado com as ações do regime venezuelano para dificultar a realização de eleições livres e justas, especialmente via o controle anticonstitucional do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)
Na resposta, Arreaza disse que “o governo bolivariano jamais se meteu nos assuntos internos dos canadenses”. O presidente Nicolás Maduro chamou para consultas o embaixador venezuelano no Canadá, Wilmer Barrientos, em um gesto considerado de alta voltagem diplomática.
Grupo de Lima
O Canadá será anfitrião no próximo dia 26 de outubro da terceira reunião do Grupo de Lima, que discutirá a situação política na Venezuela.
O grupo é composto por 12 países americanos que já afirmaram que a Venezuela ” não é uma democracia” e que “os atos que emanarem” de sua Assembleia Constituinte “são ilegítimos”.
Espera-se que compareçam à reunião os ministros das Relações Exteriores de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru.