Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, apresentará sua renúncia ao presidente Sergio Mattarella na manhã desta terça-feira (26/01), após participar de um Conselho de Ministros às 9h (horário local) para comunicar sua decisão.

“O Conselho de Ministros reúne-se amanhã de manhã às 9 horas, durante o qual o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, comunicará aos ministros a sua vontade de ir ao Quirinale para anunciar a sua demissão”, diz uma nota oficial do Palazzo Chigi.

Segundo fontes políticas, o premiê italiano tem expectativa de que Mattarella lhe dê mandato para formar um novo governo com apoio mais amplo no Parlamento, já que a base aliada atual ficou enfraquecida depois da saída do partido Itália Viva (IV) da coalizão.

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A legenda do ex-premiê Matteo Renzi rompeu com o governo por discordar de suas políticas para a utilização de recursos da União Europeia no pós-pandemia, especialmente a recusa ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), instrumento de socorro a nações em dificuldade na eurozona.

Apesar de perder a maioria absoluta no Senado, Conte recebeu o voto de confiança para se manter no poder. Ele, porém, tinha como objetivo ampliar sua bancada, mas as negociações com partidos centristas não fluíram.

Premiê tem expectativa de que presidente italiano lhe dê mandato para formar um novo governo com apoio mais amplo no Parlamento

Reprodução

Apesar de perder a maioria absoluta no Senado, Conte recebeu o voto de confiança para se manter no poder

Nos últimos dias, o primeiro-ministro se viu pressionado pela própria aliança – como o Partido Democrático (PD) – para renunciar e tentar formar um novo governo, principalmente depois que políticos afirmaram que ele enfrentaria uma derrota no Parlamento sem uma reforma. A primeira delas seria na votação dessa semana sobre a gestão do ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, que é alvo de críticas.

Logo depois do anúncio, o Movimento 5 Estrelas (M5S) afirmou que a renúncia “é inevitável e é o único resultado desta crise perversa”. Segundo nota dos líderes da Câmara e do Senado do M5S Davide Crippa e Ettore Licheri, respectivamente, a medida é um passo necessário para ampliar a maioria.

“Continuamos ao lado de Conte, continuaremos a cultivar exclusivamente o interesse dos cidadãos, pretendemos sair desta situação de incerteza que não ajuda o mais rápido possível”, afirmaram, ressaltando que o governo precisa seguir para se recuperar e com o plano de vacinação. “O Movimento está aí, está pronto para fazer a sua parte”.

O ex-premiê e líder do Força Itália Silvio Berlusconi, por sua vez, afirmou que “não há negociações em curso” para apoiar o atual governo. Para ele, “o caminho principal é um só: ceder à sabedoria política e autoridade institucional do Chefe do Estado para indicar a solução da crise, através de um novo governo que represente a unidade substancial do país num momento de emergência ou para devolver a palavra aos italianos”.

“Espero que o primeiro-ministro tenha consciência da inevitabilidade deste caminho”, finalizou Berlusconi, defendendo um novo governo ou a convocação das eleições.