As embaixadas de Cuba e dos Estados Unidos entraram formalmente em funcionamento logo após a meia-noite desta segunda-feira (20/07), conforme foi acordado pelos dois governos, após o histórico anúncio do reestabelecimento de relações diplomáticas no início do mês.
A abertura das sedes diplomáticas ocorre após 54 anos de ruptura e marca uma nova era entre as duas nações, esperada desde as declarações de reaproximação dos presidentes Barack Obama e Raúl Castro em 17 de dezembro de 2014.
EFE
Edifício que acolherá nova embaixada cubana em Washington
Nesta manhã, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, participará ao lado do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, de uma cerimônia de hasteamento da bandeira cubana na embaixada da ilha em Washington. De acordo com Cuba Debate, há ao menos 500 convidados, entre eles, cubanos, membros do Congresso dos EUA e empresários.
Após o evento, os dois líderes da diplomacia de seus respectivos países também farão uma reunião. Rodríguez será o primeiro chanceler cubano em visita oficial à capital dos EUA desde a Revolução Cubana, em 1959.
Já a cerimônia de hasteamento da bandeira norte-americana na ilha liderada pelos irmãos Castro só acontecerá com a visita de Kerry. Segundo The New York Times, a expectativa é que isso ocorra na próxima quarta-feira (22/07), mas a data oficial ainda não foi divulgada.
EFE
Outdoor em Havana sobre Revolução Cubana: desde 1961 embaixadas estavam fechadas
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As embaixadas serão lideradas por responsáveis de delegações que negociaram a aproximação. Entre os cubanos, o cargo estará nas mãos de José Ramón Cabañas, atual chefe do Escritório de Interesses de Cuba em Washington. Já entre os norte-americanos, o diplomata Jeffrey DeLaurentis comandará a sede diplomática dos EUA de forma provisória, até que um embaixador seja nomeado para Havana, reportou a Ansa.
Histórico das relações
A reabertura de embaixadas é um dos passos fundamentais para a nova etapa de relações bilaterais, desde o histórico anúncio da reaproximação entre as duas nações, no fim do ano passado.
EFE/arquivo
Chanceler interino cubano, Marcelino Medina, com Jeffrey DeLaurentis, chefe de Interesses dos EUA em Havana, no início de julho
“Nós somos vizinhos e agora podemos ser amigos”, declarou Barack Obama, na ocasião do anúncio da reabertura das sedes diplomáticas, no início de julho. Já Raúl Castro se disse 'animado', mas ressaltou que Havana exige o fim de bloqueio econômico para retomar completamente relações com Washington.
No processo de normalização tem ocorrido de forma paulatina. Em 29 de maio de 2015, os EUA retiraram oficialmente a ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo, uma demanda de longa data do governo cubano. A manutenção no rol legitimava a imposição de sanções, como a proibição da venda e exportação de armas, e impedia que o país tivesse acesso aos recursos do Banco Mundial e de outros órgãos internacionais.