A greve dos petroleiros, que já dura 17 dias e conta com 121 unidades paralisadas em diversas regiões do Brasil, não pretende apenas garantir os empregos dos trabalhadores Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), mas também defender todo o sistema Petrobras do sucateamento e possível privatização. Foi o que disse Alexandre Castilho, diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), em entrevista a Opera Mundi no último sábado (15/02).
Para o dirigente petroleiro, “a luta pela manutenção do emprego repercute diretamente na manutenção do sistema Petrobras, de tal forma que a greve é um enfrentamento à privatização e ao desmonte”.
“A Fafen é a gota d’água, porque já existe uma lista de oito refinarias para serem vendidas. É uma duplo ataque, contra refinarias e contra essa unidade da Fafen, alegando prejuízo e já partido direto para as demissões”, disse Castilho.
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O diretor sindical ainda fez críticas ao atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmando que o chefe do sistema nacional de petróleo brasileiro faz uma gestão de encolhimento, “que vai apequenado o sistema Petrobras como um todo, prejudicando a segurança alimentar com relação aos fertilizantes, e a autonomia dos combustíveis no país”.
Castilho ainda deu detalhes sobre a adesão de novas unidades à paralisação e garantiu que a greve da categoria é conduzida na “base do diálogo e do convencimento”.
“Não existe operação de ‘trancaço’ ou ações para obrigar a paralisação de uma unidade. Porém, a unidade que ainda não está paralisada já está sentindo que a qualquer momento vai ser abordada pelo campo sindical e ser convidada a paralisar. Para a categoria o que resta é a resistência, o enfrentamento e a luta pela manutenção dos nossos direitos”, afirmou.
Nesta segunda-feira (17/02), os trabalhadores da Usina Termelétrica Nova Piratininga, na zona sul de São Paulo, aderiram à paralisação e seu juntaram aos mais de 20 mil petroleiros em greve. Segundo dados da Federação Única dos Petroleiros (FUP), 121 unidades do sistema Petrobras já estão paralisadas, entre elas 58 plataformas, 14 refinarias e oito campos terrestres.
Veja a entrevista completa:
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Para Alexandre Castilho, diretor do Sindipetro, luta pela manutenção do emprego repercute diretamente na manutenção do sistema Petrobras