O pré-candidato à presidência na Argentina Alberto Fernández declarou neste domingo (19/05) que sentiu-se “muito emocionado com a oferta” de ser líder da chapa que terá a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) como vice.
“Não é sempre na história que acontece casos de alguém que pode chegar ao poder e o deixa de fazer e, neste caso, em meu favor”, disse Fernández ao jornal argentino Página 12.
Fernández foi chefe de gabinete nos governos de Néstor Kichner, marido de Cristina, morto em 2010 e presidente da Argentina de 2003 a 2007. Ele deixou o cargo devido a divergências com a ex-presidente.
Diante da escolha para encabeçar a chapa, Alberto disse que Cristina acredita que ele serve “mais para este momento do que ela, sente que a Argentina de hoje não é igual à que ela governou”. Segundo ele, o “espírito coletivo” de Cristina faz com que ela enxergue a política “como um ato de construção permanente”. Essa característica teria permitido a reaproximação entre os dois.
Fernández disse ainda que a decisão foi um ato de “generosidade” da ex-mandatária e afirmou acredita que pode ter “um diálogo melhor com muitos setores” do que ela.
Maurício Macri, presidente da Argentina, disse em relação ao anúncio de Cristina que seria “voltar ao passado” e “autodestruição”. Fernández, em resposta à declaração do presidente afirmou que nada é mais “destrutivo” no país do que o “macrismo no poder”.
O candidato ressaltou que não se preocupa com quem irá enfrentar, mas sim, com o que terá de ser feito na Argentina. Disse depois de criticar o fracasso de Macri no governo argentino.
O anúncio de Kirchner no sábado (18/05) de concorrer como vice-presidente contrariou muitas expectativas, uma vez que a ex-mandatária aparecia como líder nas pesquisas de intenção de voto para as eleições marcadas para 27 de outubro deste ano.
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Cristina Kirchner e Alberto Fernández formam chapa para concorrer à presidência argentina.