O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, repudiou nesta terça-feira (27/07) a convocatória do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para uma reunião extraordinária sobre a “situação” da ilha.
Pelo Twitter, o mandatário afirmou que a entidade mostra um “desempenho triste de lacaio” em relação aos Estados Unidos, apontando que a sessão trata de um “próximo, vergonhoso e anunciado passo do macabro plano” contra Cuba.
“O próximo, vergonhoso e anunciado passo do macabro plano contra Cuba é imposição do Conselho Permanente da OEA. O desacreditado Ministério das Colônias ianques é chamado a desempenhar seu triste papel de lacaio”, disse Díazz-Canel.
El próximo, vergonzoso y anunciado paso del macabro plan contra #Cuba es la imposición del Consejo Permanente de la OEA. El desprestigiado ministerio de colonias yanqui es llamado a jugar su triste papel de lacayo. https://t.co/qpXekBrBUc
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) July 27, 2021
O anúncio da reunião extraordinária, que acontece de forma virtual nesta quarta-feira (28/07), ocorre após 21 países, entre eles o Brasil, assinarem uma declaração conjunta sobre uma suposta repressão contra manifestantes nos protestos que aconteceram em algumas regiões da ilha no dia 11 de de julho.
Cuba não faz parte da OEA desde os anos 1960 e, portanto, não reconhece a instituição como autoridade para expressar opiniões ou discutir assuntos cubanos.
Reprodução/ @DiazCanelB
Mandatário afirmou que a OEA mostra um ‘desempenho triste de lacaio’ em relação aos Estados Unidos
Bruno Rodriguez, ministro das Relações Exteriores cubano, disse ainda nesta segunda-feira (26/07) que a reunião é “uma campanha contra Cuba” encomendada pelos Estados Unidos, afirmando que a organização apoia tentativas de isolar países, intervenções militares e golpes na região.
Assim como Díaz-Canel, o chanceler afirmou ainda que o órgão é um “descarado” Ministério das Colônias ianques e monroísta, em referência à doutrina Monroe, do então presidente norte-americano James Monroe, que deu margem no século seguinte para intervenções dos EUA em continente latino-americano em prol de seus próprios interesses.
O diretor geral de assuntos dos Estados Unidos na chancelaria cubana, Carlos de Cossio, também se manifestou: “Cuba não pertence e não pertencerá à OEA”, disse o oficial, declarando que a organização só cumpre mandatos satisfatórios para Washington.
Segundo Cossio, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, é um funcionário “colonial e servil”. A entidade, prosseguiu ele, “é um obstáculo à verdadeira e total independência da América Latina e do Caribe”.