Atualizada às 13h05
Milhares de colombianos ocupam as ruas de diversas cidades do país nesta quarta-feira (27/11) registrando o sétimo dia consecutivo de paralisações e protestos contra o pacote de medidas trabalhistas e previdenciárias do presidente Iván Duque.
As manifestações desta quarta vêm logo após a proposta de “diálogo nacional” do mandatário fracassar. Nesta terça-feira (26/11), os membros do Comitê Nacional da Greve, formado pelas lideranças dos principais movimentos populares que encabeçam as manifestações, se levantaram da mesa de negociações após rechaçarem a presença de empresários e outros setores na reunião que não estiveram presentes nos protestos.
Depois de não alcançarem um acordo, o Comitê Nacional de Greve convocou mais um dia de paralisações e protestos. “Contra o paquetaço de Duque, a OCDE, o FMI e o Banco Mundial. Pela vida e pela paz”, anunciaram os movimentos na convocatória.
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“Hoje teremos mobilizações, panelaços ao meio-dia e à noite, e paralisações amanhã”, disse Diógenes Orjuela, presidente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) da Colômbia.
Em entrevista à Blu Radio, Duque manteve o posicionamento em manter outros setores no diálogo pois, segundo o presidente, “tem que ser uma conversa ampla”.
“Eles decidiram se retirar, mas me parece uma decisão equivocada. Ninguém está diluindo a greve. Mas se não abrimos [o diálogo] à toda a população estamos criando uma institucionalidade paralela”, disse o mandatário.
CUT Colômbia
Comitê Nacional da Greve rechaçou as condições impostas pelo presidente durante diálogos; greve geral tem adesão em diversas cidades do país
Mobilizações
Marchas e paralisações ocorrem nas principais cidades do país. Em Bogotá, uma marcha convocada por centrais sindicais e movimentos estudantis partiu do Parque Nacional em direção à praça Bolívar, centro político da capital onde está localizada a sede do governo colombiano.
Além de protestar contra as medidas econômicas anunciadas por Duque, os manifestantes carregam faixas e cantam palavras de ordem em homenagem a Dilan Cruz, estudante de 18 anos que morreu após ser atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo atirada pela polícia.
Em Medellín, segunda maior cidade do país, centenas de manifestante já se concentram na região de La Alpujarra, centro da cidade onde está localizada a sede do governo do departamento de Antioquia.
Ainda em Medellín, trabalhadores de diversas categorias e estudantes se uniram em um panelaço realizado por volta das 10h (12h no horário de Brasília). Panelaços também foram registrados em várias regiões de Bogotá.
Em Cali, na zona sul da cidade, centenas de manifestantes se reuniram no Parque das Banderas e começaram a marchar pela rua Quinta, bloqueando a via nos dois sentidos. Concentrações ainda foram registradas em frente à Universidade del Valle.
Centenas de estudantes também já começaram a se concentrar na região sul de Cartagena. Membros de sindicatos de várias categorias e movimentos populares se somaram aos protestos na cidade.
Em Maninzales, cidade localizada no centro-oeste do país, a Universidade de Caldas e a Universidade Nacional declararam greve por tempo indefinido em apoio à paralisação nacional.
“A comunidade universitária tomou essa decisão porque compreende que dentro dos setores sociais é o único que pode manter a greve neste país”, afirmou o representante do Conselho Superior da Universidade de Caldas, Camilo Muñoz.