O presidente cubano Miguel Díaz-Canel disse nesta sexta-feira (16/07) que os esforços dos Estados Unidos em destruir Cuba falharam, em resposta a uma declaração do mandatário norte-americano Joe Biden de que a ilha socialista seria um “estado fracassado”.
“Os EUA fracassaram no empenho de destruir Cuba, apesar dos bilhões de dólares gastos para isso”, disse Díaz-Canel. Ele afirmou ainda que “se o presidente Joseph Biden tivesse uma preocupação humanitária sincera com o povo cubano”, poderia eliminar as 243 medidas aplicadas pelo presidente Donald Trump, das quais mais de 50 “cruelmente” impostas durante a pandemia.
Este seria um primeiro passo para acabar com o bloqueio, acrescentou o cubano.
Si el Presidente Joseph Biden tuviera sincera preocupación humanitaria por el pueblo cubano, podría eliminar las 243 medidas aplicadas por el Presidente Donald Trump, incluidas las más de 50 impuestas cruelmente durante la pandemia, como primer paso para el cese del bloqueo.
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) July 16, 2021
A declaração de Biden foi feita em entrevista coletiva à imprensa nesta quinta-feira (15/07), após reunião na Casa Branca com a chanceler alemã Angela Merkel. “Cuba, infelizmente, é um estado fracassado e está reprimindo seus cidadãos”, alegou o presidente.
Segundo ele, “há várias coisas que poderíamos considerar para ajudar o povo cubano” mas afirmou que precisaria de uma garantia de que o governo “não tiraria vantagem disso”.
“Estaria preparado para dar quantidades significativas da vacina se me fosse garantido que uma organização internacional administraria essas doses, de maneira que o cidadão médio teria acesso a elas”, afirmou.
Miguel Díaz-Canel/Twitter
Presidente cubano rebate declarações de Biden contra o país e pede que EUA eliminem bloqueio econômico
Na ocasião, Biden também chamou o comunismo de “sistema fracassado” e disse que não vê o socialismo como um “substituto muito útil”.
“Estado fracassado é aquele que, para agradar a uma minoria reacionária e chantagista, é capaz de multiplicar os danos a 11 milhões de seres humanos, ignorando a vontade da maioria dos cubanos, norte-americanos e da comunidade internacional”, escreveu o presidente Díaz-Canel no Twitter.
Ele lembrou ainda que os Estados Unidos registraran mais de 600 mil mortes por covid-19 “devido à ineficácia do governo” e que o país norte-americano tem um “registro vergonhoso” de guerras e violência, repressão brutal e assassinatos de cidadãos pela polícia, racismo e violações dos direitos humanos.
Cuba tem cinco projetos de vacinas em desenvolvimento e é o primeiro país da América Latina com imunizante próprio contra a covid-19 autorizado para uso emergencial. O governo e a população cubana reivindicam que os Estados Unidos retirem o bloqueio econômico que recai sobre a ilha desde os anos 1960. Países e organizações internacionais endossam o pedido.