O grupo Estado-Maior Central (EMC), dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) anunciou neste domingo (05/11) a decisão de suspender as negociações de paz com o governo da Colômbia.
A informação foi divulgada em um comunicado assinado pelo líder do movimento, o guerrilheiro Néstor Gregorio Vera Fernández, codinome “Iván Mordisco”, e acontece apenas 20 dias após a instalação de uma mesa de diálogo entre as duas partes.
“A partir de hoje, declaramos suspensa a mesa de diálogo e a agenda acordada entre o governo colombiano e as FARC-EMC. Iniciaremos um processo de consulta interna com a nossa comissão de diálogo, e convidamos o governo nacional a fazer o mesmo”, informou o EMC.
O anúncio ocorre um dia após o sequestro de 20 soldados do exército colombiano, ligados ao Batalhão de Forças Especiais Urbanas, que realizava uma operação militar na cidade de El Plateado, no sudoeste do país andino.
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Lideranças das FARC-EMC disseram que as negociações com o governo colombiano foram interrompidas devido a processo de consulta interna
Através de um comunicado, o exército da Colômbia acusou as FARC-EMC de “utilizar a população de El Plateado para impedir os soldados de realizar suas missões de segurança na área”. Horas depois, outro documento explicou que a missão do grupo consistia na localização e desarmamento de minas terrestres na região.
Por sua vez, a EMC informou ainda na noite deste domingo, que os soldados capturados haviam sido colocados em liberdade, notícia que foi confirmada pelas autoridades militares colombianas.
O incidente significa um retrocesso para o governo do presidente Gustavo Petro, em sua política de “Paz Total”, com a qual pretende colocar um fim aos conflitos armados no interior do país.
Além das negociações com o EMC, o governo colombiano também tenta selar um acordo de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o qual também se mantém em um impasse nas últimas semanas.