A Procuradoria Geral do Egito ordenou nesta quarta-feira (13/04) a detenção por um período de 15 dias do ex-presidente Hosni Mubarak e de seus dois filhos, Alaa e Gamal, segundo informações oficiais. Os três estão sendo investigados por corrupção e pela participação nos ataques aos manifestantes que exigiam a saída do ex-presidente egípcio, que governou o país por 30 anos.
Mubarak se encontra sob detenção no Hospital de Sharm el-Sheikh, onde foi internado na terça-feira (12/04) após sofrer uma crise cardíaca durante um interrogatório judicial. Segundo a emissora de televisão pública egípcia, os dois filhos do ex-líder estão detidos na prisão de Tora, nos arredores do Cairo, onde estão presos vários representantes do regime de Mubarak.
De acordo com a edição digital do diário independente Masrawy, Alaa e Gamal chegaram ao Cairo na manhã desta quarta-feira em um avião militar que partira da localidade de Sharm el-Sheikh, onde acompanhavam o pai e o restante da família.
Entre os detidos na prisão de Tora estão o ex-primeiro-ministro egípcio Ahmed Nazif e os ex-ministros de Interior Habib el-Adli e de Turismo Mohammed Zuhair Garana, assim como ex-altos cargos do Partido Nacional Democrático (PND) de Mubarak. Todos são acusados de corrupção, desvio de verbas e enriquecimento ilícito.
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A prisão de Tora é a mais famosa do Egito por abrigar a maioria dos detidos políticos durante o regime de Mubarak. Alguns deles ainda estão presos, e compartilham as celas com os responsáveis do regime que os encarcerou.
A ordem de detenção de Mubarak e de seus dois filhos, por 15 dias, enquanto são realizados os procedimentos judiciais, foi anunciada na manhã desta quarta-feira pela Procuradoria Geral do Egito em comunicado divulgado na rede social Facebook.
Ontem, o interrogatório de Mubarak aconteceu em um hospital em Sharm el-Sheikh, depois que o ex-líder sofreu uma crise cardíaca, enquanto seus dois filhos foram interrogados em um tribunal dessa mesma localidade.
No domingo, em sua primeira mensagem pública desde que abandonou o poder, Mubarak negou ter contas bancárias fora do país e criticou os que pretendem manchar seu “histórico militar e político”.
Logo depois da difusão da gravação foi publicada uma ordem da Procuradoria Geral para interrogar o ex-presidente e seus dois filhos pela suposta implicação em ataques contra manifestantes durante os protestos que eclodiram em 25 de janeiro, por abuso de poder e por obter comissões e lucros econômicos.
A detenção de Mubarak e dos representantes de seu regime era uma das principais exigências dos grupos que protagonizaram a rebelião popular egípcia, e a reivindicação seguia nos protestos políticos mantidos desde o fim do regime.
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