Agência Efe
Hosni Mubarak, que governo Egito por duas décadas, ganhou apelação em processos pela morte de manifestantes, corrupção e favorecimento em negócios públicos
O novo julgamento do ex-presidente Hosni Mubarak teve início neste sábado (19/10) a portas fechadas, informaram jornais locais. O político havia sido condenado à prisão perpétua por conta da morte de mais de 900 manifestantes durante protestos contra seu regime, mas, em janeiro deste ano, obteve o direito de apelar à sentença.
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Segundo as acusações, o ex-presidente é responsável pelas mortes por não tê-las impedido.
O antigo chefe de inteligência, Mourad Mowafi, que assumiu o cargo em fevereiro de 2011 durante a onda de manifestações, testemunhou neste sábado (19/10). Mowafi deixou o cargo apenas em agosto de 2012, quando Mohamed Mursi ganhou a eleição presidencial.
De acordo com relatos do canal estatal Nile Tv, outros dois oficiais de segurança também testemunharam na sessão deste sábado (19/10).
Nos próximos dois dias de julgamento, a Corte Criminal do Cairo escutará os testemunhos de outros membros do regime do Mubarak: o ex-premiê Atef Ebeid, o ex-ministro do Interior, Ahmed Gama el Din, o atual ministro de Energia, Sherif Ismail, e o ex-chefe das Forças Armadas do Egito, o major Hassan El Roweiny.
O tribunal não está sendo transmitido por “questões de segurança nacional”, segundo uma decisão judicial prévia.
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A corte também irá repetir o processo contra o ex-ministro do Interior Habib al Adli e seis de seus ex-assessores, além do julgamento dos dois filhos de Mubarak, Alaa e Gamal, e do empresário Hussein Salem, que está na Espanha.
O ex-presidente também enfrenta acusações de corrupção e venda de gás natural para Israel em preços abaixo do mercado.
Em agosto deste ano, por conta de uma decisão judicial que revogou sua prisão preventiva, Mubarak deixou a cadeia de Tora, no Cairo, e foi transportado para hospital militar. Com 85 anos, ele teria se ferido ao cair no banheiro do centro médico da penitenciária. Seu estado de saúde seria delicado.
Mubarak deixou a presidência do Egito em fevereiro de 2011 após pronunciamento do então vice-presidente, Omar Suleiman, à TV estatal. O ex-presidente, que estave no poder de 1981 até 2011, renunciou voluntariamente e passou o poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas, após 18 dias de manifestações em todo o país, movimento que ficou conhecido como Primavera Árabe.