O presidente da Assembleia Legislativa de El Salvador, Mario Ponce, classificou nesta segunda-feira (10/02) a invasão militar do Parlamento do país ordenada pelo presidnete Nayib Bukele como uma tentativa de golpe de Estado.
O anúncio vem após uma reunião de emergência convocada pela junta diretiva do Legislativo.
“Houve uma tentativa de golpe de Estado de dissolver a Assembleia. Essa violência com que invadiram ontem não se justifica em um país que construiu uma democracia com sangue”.
FORTALEÇA O JORNALISMO INDEPENDENTE: ASSINE OPERA MUNDI
Ponce ainda criticou o posicionamento do procurador-geral salvadorenho, Raúl Melara, o qual chamou de “muito passivo”. Nesta segunda, Melara disse que a invasão militar do Parlamento foi um acontecimento “lamentável” e prometeu investigações.
Reprodução/Assembleia Legislativa
‘Houve uma tentativa de golpe de Estado de dissolver a Assembleia’, disse Ponce
Ainda segundo Ponce, a Casa realizará uma sessão plenária ainda nesta segunda às 17h (20h, no horário de Brasília).
O presidente do Legislativo também criticou “a reação fraca” de Luis Almagro, presidente da Organização dos Estados Americanos (OEA) que conversou por telefone com o chanceler salvadorenho e garantiu o “respeito pela Constituição” por parte do governo logo após a invasão militar.
Invasão
Na noite de domingo, o presidente Nayib Bukele ordenou que militares e agentes da Polícia Nacional Civil (PNC) invadissem o prédio do Legislativo para “pressionar” os parlamentares pela aprovação de um empréstimo de US$ 109 milhões para financiar um plano de segurança.
A “sessão” que discutiria a medida havia sido convocada de forma extraordinária pelo próprio presidente para este domingo. No entanto, poucos deputados apareceram, o que impediu a aprovação. Muitos deixaram a Casa no momento da entrada das Forças Armadas.
Após a movimentação golpista, Bukele fez um discurso aos apoiadores reunidos na frente do Congresso e “deu” uma semana “de prazo” para que os deputados aprovassem o empréstimo. Caso contrário, mandaria de volta o Exército para o Parlamento.