No marco do 200º aniversário das relações diplomáticas entre o México e os Estados Unidos, os presidentes de ambos os países – Andrés Manuel López Obrador e Joe Biden, respectivamente – trocaram cartas para discutir os laços que os unem e discutir o estado da cooperação bilateral.
Entretanto, a carta do mandatário mexicano incluiu alguns temas que poderiam constranger o destinatário. Obrador lembrou que, nos 200 anos de relações, os governos dos dois países duas nações enfrentaram “fases muito difíceis”.
O principal episódio recordado por Obrador foi a intervenção militar dos Estados Unidos no México entre 1846 e 1848, período em que o México perdeu mais da metade de seu território, incluindo os atuais estados da Califórnia, Nevada, Utah, Novo México, Texas, Colorado e Arizona, além de algumas áreas de Wyoming, Kansas e Oklahoma.
“Não é fácil esquecer as intervenções militares dos Estados Unidos no México e a perda de metade de nosso território”, disse o presidente mexicano, na carta dirigida a Biden.
Não obstante, o presidente mexicano também destacou os “longos períodos de entendimento, cooperação e amizade” entre os povos e seus governos.
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Principal episódio recordado por Obrador foi intervenção militar dos Estados Unidos no México entre 1846 e 1848
“Não poderíamos deixar de reconhecer a política de respeito e boa vizinhança que foi alcançada durante os governos de Franklin Delano Roosevelt [1933-1945] e do general Lázaro Cárdenas [1934-1940]”, acrescentou o presidente mexicano.
O presidente mexicano concluiu a missiva com a avaliação de que as relações entre México e Estados Unidos estão, atualmente, em um nível “impossível de melhorar”, especialmente no que diz respeito às relações comerciais.
Por sua vez, Biden, preferiu falar que os dois países compartilham uma profunda conexão cultural e interpessoal, além de “dezenas de milhões de amizades e laços familiares entre os cidadãos de ambas as nações”.
“Em nome dos Estados Unidos, desejo ao povo do México um futuro pacífico e próspero em parceria contínua com o nosso país”, disse.