O vice-presidente brasileiro, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira (25/04) à emissora norte-americana CNN que não há um golpe em curso no país e que quer “ganhar a confiança da população brasileira e de todos os setores da sociedade”.
Em entrevista, Temer rejeitou as recentes declarações da presidente Dilma Rousseff compartilhadas por grande parte da sociedade brasileira e de entidades internacionais de que o processo de impeachment contra a presidente se trate de um golpe de Estado de que o vice-presidente seria um dos principais articuladores e beneficiários.
“Não há um golpe em curso no país. Não há nenhuma tentativa de violar a Constituição”, declarou Temer à correspondente da CNN no Brasil. “Que conspiração estou liderando? Tenho o poder de convencer 367 membros do Congresso?”, indagou. “Acho que a presidente está errada também neste ponto”.
ASCOM/VPR
O vice-presidente brasileiro, Michel Temer: “não há nenhuma tentativa de violar a Constituição”, disse à CNN
Caso o impeachment de Dilma Rousseff seja aprovado, “minha proposta é de reconciliação e pacificação nacional”, disse o vice-presidente. “Disse isso várias vezes, o que proponho é um governo que aja como uma salvação nacional. Isso iria unificar todos os partidos, inclusive os que estão na oposição. Acho que é a única maneira de sair dessa crise. Meu objetivo seria, com o apoio das forças políticas do país, formar um bom gabinete para me assessorar e garantir a governabilidade, ajudar a economia a se recuperar e colocar o país de volta nos trilhos, para a realização de eleições tranquilas em 2018.”
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De acordo com a CNN, parte do desafio de Temer seria o fato que vários políticos de seu partido, o PMDB, estão implicados em casos de corrupção, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Temer não está sendo investigado, mas seu nome foi citado em várias delações, ressalta a emissora norte-americana.
Ao ser questionado sobre a vontade da maioria da população de que ele também sofra impeachment, ele afirmou que isso não é possível sob a Constituição brasileira, mas que está ciente de que a cidadania está mais atenta às ações de seus governantes.
“Estou ciente de que, caso eu me torne presidente, eu também poderei ser processado por qualquer infração”, disse o vice-presidente.