(materia atualizada às 17h29)
Em pronunciamento realizado nesta quinta-feira (24/08), o presidente da Argentina, Alberto Fernandez destacou a importância da adesão da Argentina ao Brics, como um novo passo está sendo dado “na consolidação de uma Argentina fraterna e aberta ao mundo que sempre sonhamos”.
Para o presidente argentino, “ser parte do Brics nos fortalece e não exclui as outras instâncias de integração, menos ainda a orgulhosa participação argentina no sistema multilateral das Nações Unidas”.
“Queremos ser parte do Brics porque o difícil contexto global dá ao bloco uma relevância singular e o torna um referente geopolítico e financeiro importante, embora não o único, neste mundo em desenvolvimento”, acrescentou Fernández.
A declaração aconteceu poucas horas depois da adesão da Argentina ao bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que passará a contar com seis novos membros a partir de janeiro de 2024: além do país sul-americano, ser´ão incorporados Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.
Se abre un nuevo escenario para la Argentina: nos hemos incorporado a la alianza de los BRICS.
Es un nuevo paso en la consolidación del país fraterno y abierto al mundo que siempre soñamos ser.
Estamos frente a una gran oportunidad para fortalecernos ?? pic.twitter.com/dpVvMAuNMK
— Alberto Fernández (@alferdez) August 24, 2023
“Seremos protagonistas de um destino comum, num bloco que representa mais de 40% da população mundial”, declarou o presidente, que também ressaltou “as possibilidades de abertura de novos mercados, consolidar os existentes, favorecer os fluxos de investimento, criar novos emprego, aumentar as exportações e desenvolver a aplicação de novas e melhores tecnologias”.
O presidente lembrou que os atuais cinco países que compõem o Brics são o destino de 30% das exportações argentinas. “Aumentar a capacidade exportadora dos países membros, bem como reforçar as nossas oportunidades comerciais com países que mantêm relações de segunda categoria com eles, é uma oportunidade que nos é apresentada”, ressaltou.
Em sua avaliação, os países membros do Brics estão “preparados para liderar a erradicação da fome e da pobreza no mundo até 2030”, e desempenham “um papel decisivo na exigência de desenhar uma arquitetura financeira global que tenha em conta as necessidades de crescimento, comércio, investimento e bem-estar social” diante de uma “crise do sistema multilateral, a desaceleração da economia mundial, os fenômenos de inflação generalizada e a insustentabilidade das dívidas externas”.
Casa Rosada
Presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez proncunciamento sobre a incorporação do país ao Brics
Fernández também mencionou a questão das Ilhas Malvinas em seu discurso, afirmando que dentro do bloco há países que “acompanham uma resolução pacífica e negociada” da situação. Atualmente, Argentina e Reino Unido lutam pela soberania da região, que fica na América do Sul, mas foi invadida pelos britânicos no século XIX.
Com o anúncio das novas adesões, incluindo a Argentina, o Brics passará a contar com 11 países membros a partir de 1º de janeiro de 2024. Após a incorporação oficial dos novos integrantes, o bloco representará 46% da população mundial e 36% do PIB global.
No Brics, Argentina será “protagonista”
Ainda nesta quinta-feira (24/08), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou seu apoio ao homólogo da Argentina, Alberto Fernández, após o anúncio da entrada do país vizinho no Brics.
“Dedico uma mensagem especial ao querido Alberto Fernández, presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento”, disse Lula durante o último dia da Cúpula do Brics em Johanesburgo, na África do Sul.
“Continuaremos avançando lado a lado com nossos irmãos argentinos em mais um foro internacional”, acrescentou.
Dedico uma mensagem especial ao querido @alferdez , presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento.
— Lula (@LulaOficial) August 24, 2023
O brasileiro disse que telefonou a Fernández para dar a notícia de que a Argentina foi aprovada para entrar no bloco.
(*) Com Ansa