Em sua última viagem internacional como presidente, Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta sexta-feira (3/12) ao balneário Mar Del Plata para participar da 20º Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de Governo.
Pela primeira vez, a reunião não deve ter a presença dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales. Chávez argumentou que não pode deixar a Venezuela neste momento, já que o país está sendo castigado por enchentes. Já Morales está se recuperando de uma cirurgia no joelho.
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A despedida internacional do presidente Lula será marcada para uma agenda intensa, que inclui reuniões com o presidente do México, Felipe Calderón, com o rei Juan Carlos, da Espanha, e provavelmente com o presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva.
Entre os assuntos que serão debatidos no encontro estão educação para inclusão social, o novo pedido da Argentina de apoio à sua reivindicação da soberania das Ilhas Malvinas (Falklands, para os ingleses) e a discussão sobre o nome do novo secretário geral da Unasul. O cargo está vazio desde a morte do ex-presidente argentino Nestor Kirchner.
No entanto, o presidente do Equador, Rafael Correa, antecipou que não será definido, neste encontro, o nome do sucessor de Kirchner. Surgiram especulações na imprensa argentina, chilena, uruguaia e venezuelana sobre vários possíveis candidatos.Entre eles, o ex-presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, o ministro de Minas e Energia Elétrica da Venezuela, Ali Rodríguez, e a ex-chanceler colombiana María Emma Mejía.
Apesar da agenda oficial, outro assunto que deverá ser abordado é o vazamento dos telegramas do Departamento de Estado americano pelo site Wikileaks. O titular da Secretaria Geral Ibero-americana, o uruguaio Enrique Iglesias, disse que o assunto poderia ser tratado no encontro.
“Mas não acredito que o conteúdo dos telegramas afete a relação entre os países”, afirmou Iglesias. As declarações de diplomatas americanos foram criticadas também por Correa. “A confiança entre os países foi traída. Os telegramas confirmam o que já imaginávamos. A manipulação (dos Estados Unidos) da política da nossa região”.
Na véspera, a secretária de Estado americano, Hillary Clinton, ligou para a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para falar da importância da relação entre os dois países e que os comunicados não devem afetá-la, segundo a agência oficial argentina Telam.
Cristina Kirchner não fez comentários sobre os dados vazados, que incluíram desde críticas à política externa argentina ao comportamento e saúde mental da presidente.
Ao desembarcar em Mar del Plata, o chanceler Celso Amorim defendeu a posição do Itamaraty de ter reconhecido, nesta sexta-feira, o Estado Palestino com as fronteiras de 1967. “Na realidade, é uma atualização da posição brasileira, mas que não deixa de ter um valor simbólico para fortalecer um processo pacífico para a questão do Oriente Médio”, disse.
Ele afirmou ainda que a iniciativa não deve alterar a relação do Brasil com Israel. “Temos inclusive um acordo de livre-comércio e intensas relações em áreas como tecnologia avançada. Isso se deve se manter. Pelo menos esse é o nosso desejo.”
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