Em visita surpresa ao Afeganistão, o secretário de Defesa norte-americano, Chuck Hagel, anunciou neste sábado (06/12) que os Estados Unidos vão atrasar a retirada de até mil soldados do país.
Segundo Hagel, as forças norte-americanas no Afeganistão poderiam cair para 10,8 mil soldados no início do próximo ano, em vez de 9,8 mil, como originalmente planejado. Lá, ele se encontrou com o presidente afegão, Ashraf Gani, que elogiou a presença do contingente militar no seu país.
“I want to thank all of our men and women in uniform and those who are here in civilian capacities and all they do.” pic.twitter.com/xNbPgt1vHC
— U.S. Dept of Defense (@DeptofDefense) 6 dezembro 2014
Esta é provavelmente a última viagem de Hagel a Cabul como secretário de Defesa. Há pouco mais de 10 dias, ele pediu demissão do cargo por divergir com as atitudes tomadas por Washington no combate ao grupo Estado Islâmico, que atua no Iraque e na Síria.
Ontem (05/12), o presidente Barack Obama anunciou a nomeação do número 2 do Pentágono, Ashton Carter – doutor em física, especialista em história medieval e professor de Harvard – para substituir Hagel no ano que vem.
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Nas últimas duas semanas, o Talibã realizou dois atentados em represália às medidas tomadas pelo Parlamento afegão. O primeiro foi no domingo retrasado (23/11), quando um ataque suicida matou mais de 50 pessoas durante uma partida de vôlei após a Câmara Baixa aprovar um acordo de continuidade das tropas norte-americanas sob a justificativa de segurança para o país até 2024.
Poucos dias depois, a Câmara Alta apresentou sinal positivo para o mesmo contrato com os EUA, o que provocou a revolta do grupo extremista. Em seguida, um veículo da embaixada britânica foi alvo de um homem-bomba que estava em uma moto na capital, Cabul, resultando na morte de pelo menos 5 pessoas e 34 feridos.
EFE
Violência aumentou no Afeganistão;novo presidente assinou contrato em que permite presença militar norte-americana em solo afegão
Eleito em setembro, Gani espera obter mais acordos financeiros com a comunidade internacional para combater o Talibã. O país atravessa um de seus períodos mais violentos depois que, no ano passado, as forças do país se tornaram responsáveis pela segurança nacional após a retirada paulatina da missão da Otan.
Os Estados Unidos manterão 9.800 soldados até 2024 e a Otan entre três mil e quatro mil militares com um novo papel a partir de 2015, de assessoria e equipamento das tropas locais, frente aos de 130 mil que havia em 2012.