O ex-presidente Rafael Correa, do Equador, anunciou nesta terça-feira (18/08) que será o candidato à vice-presidência do país da aliança União Pela Esperança, que reúne movimentos sociais e os partidos Compromisso Social pela Revolução Cidadã e Centro Democrático. A chapa será encabeçada pelo ex-ministro Andrés Arauz, economista de 36 anos. O pleito está previsto para acontecer em fevereiro de 2021.
“Aceito essa candidatura com alegria dentro de tanta tristeza, de tanta tragédia, de tantas vítimas, não de uma pandemia, mas de um governo com negligência criminosa. Aceito essa responsabilidade em nome desse sonho coletivo que chamamos de Revolução Cidadã, que transformou o país”, afirmou Correa em transmissão ao vivo realizada nesta manhã. “Aqui estamos, apesar dos obstáculos imorais que buscavam impedir nossa participação”, disse ainda.
O ex-presidente avaliou que o país vive um dos momentos mais duros de sua história e criticou duramente a gestão do presidente Lenín Moreno, que depois de ser vice de Correa, renegou o movimento pelo qual foi eleito. “Teremos que resgatar o país das ruínas que nos deixou o pior governo da história. Não esqueceremos os cumplices desse governo tão nefasto. Tentaram nos enterrar, mas somos sementes. Há luz no fim do túnel”, declarou.
Correa ainda exaltou o nome de Arauz. “Precisamos de rostos novos e a Revolução Cidadã acredita em novos rostos. Fizemos isso por dez anos, preparando novos quadros. Aqui temos um exemplo dessa juventude, o futuro presidente Andrés Arauz Galarza, que será o presidente mais jovem desde Juan José Flores. Acreditamos, de verdade, na juventude. É um dos jovens mais brilhantes que conheço”, afirmou. “Recuperar o Equador para recuperar a Pátria Grande, até a vitória sempre”, finalizou.
GUE/NGL
Correa será candidato a vice-presidente do Equador
“Sabemos como recuperar esse país”, afirmou Arauz em seu discurso. “Equador sabe que voltaremos a fazer o que já fizemos”, completou, ao fazer duras críticas ao governo.
Pesquisas apontam que a opção “candidato de Rafael Correa” lidera pesquisas sobre eleições presidenciais no Equador, apesar das tentativas da Justiça Eleitoral de impedir a apresentação de candidaturas pelo partido Força Compromisso Social. O processo de interdição está, momentaneamente, suspenso.
Em junho, o Tribunal de Apelação da Corte Nacional de Justiça (CNJ) confirmou condenação de Correa por suborno em um processo que o relaciona aos crimes por uma “influência psíquica” e que tem como “prova cabal” um empréstimo de 6 mil dólares. Ele nega irregularidades.
A decisão de concorrer à vice se assemelha à da atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. A ex-presidente decidiu se colocar como companheira de chapa de Alberto Fernández. A dupla peronista saiu vitoriosa em primeiro turno.