Os chanceleres da Venezuela, Delcy Rodríguez, e Equador, Guillaume Long, elogiaram nesta segunda-feira (09/05), a suspensão do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o qual qualificaram de golpe de Estado.
Agência Efe
Anulação de votação do impeachment na Câmara dos Deputados foi elogiada por chanceleres da Venezuela e Equador
“Assim foi denunciado oportunamente por nossos chefes de Estado, pela comunidade internacional: um julgamento político que não teve nenhum tipo de legalidade (…) e que pretendia ignorar a vontade do povo brasileiro que a elegeu”, declarou Delcy, que participou de reunião com o chanceler equatoriano em Caracas.
Canciller @DrodriguezVen saluda la decisión que impide el juicio político a @dilmabr , que pretende desconocer la voluntad de los brasileños
— Cancillería Vzla (@vencancilleria) 9 de maio de 2016
A decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados do Brasil, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular o julgamento político contra Dilma nesta segunda-feira “sem dúvida alguma terá um impacto positivo no curso democrático e institucional do Brasil”, disse Delcy.
O que foi decidido por Maranhão, acrescentou a chefe da diplomacia venezuelana, “detém um julgamento político que constitui um golpe de Estado desde o Parlamento de setores da extrema-direita”.
“Este é um tema que nos preocupa muito”, disse o chanceler do Equador, Guillaume Long, que iniciou uma visita oficial à Venezuela nesta segunda-feira. Segundo ele, o Equador está “totalmente de acordo com o expressado pela chanceler [Delcy] Rodríguez”.
Canciller @GuillaumeLong: Apoyamos el gobierno de la pdta. @dilmabr y defendemos su democracia y Estado de Derecho. pic.twitter.com/kzdF2l4XHV
— Cancillería Vzla (@vencancilleria) 9 de maio de 2016
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Long lembrou que a Venezuela preside atualmente a Unasul (União de Nações do Sul) e disse que, nessa qualidade, “ajuda a pactuar uma posição unida, unificada dos povos da América Latina, neste caso do sul, contra qualquer tentativa golpista em qualquer país”.
De acordo com o chanceler equatoriano, não é possível retornar “às horas mais funestas da história da América do Sul. Temos que demonstrar ao mundo que estes atrasos de outra época não podem prosperar”.
Ele disse também que é preciso “defender a institucionalidade democrática no irmão Brasil”, disse. “Apoiamos o governo da presidente Dilma e defendemos a democracia e o Estado de direito”, complementou Long.
Repercussão internacional
A anulação da votação repercutiu na imprensa internacional. Segundo o jornal britânico The Guardian, “a decisão fornece uma nova reviravolta no drama político em curso que poderia desacreditar a credibilidade de um roteiro de House of Cards”
O jornal argentino Pagina 12 informou que “a decisão de Maranhão, “cujas consequências jurídicas ainda não estão claras, transformam o horizonte político brasileiro”.
Já para a emissora Telesur, “a anulação do processo é um fato que movimentos sociais e apoiadores da presidente esperavam”. De acordo com matéria na emissora Telesur, “a anulação do processo é um fato que movimentos sociais e apoiadores da presidente esperavam” e que a decisão “dá um novo cenário de esperança aos aliados da presidente e aos movimentos sociais”.
(*) Com Agência Efe