O socialista Pedro Sánchez perdeu nesta quinta-feira (25/07) a segunda e última votação de investidura no cargo de presidente de Governo da Espanha. A abstenção do Unidas Podemos, de esquerda, o deixou com os mesmos apoios da votação de terça (23/07), quando necessitava de maioria absoluta (176 votos). Hoje, bastavam mais votos “sim” do que “não”, mas Sánchez ficou longe de consegui-los.
O político do PSOE obteve 124 votos “sim”: os da bancada socialista e o do deputado do Partido Regionalista da Cantábria. Contra, os 155 votos do PP (centro-direita), Ciudadanos (direita), Vox (extrema-direita), Junts per Catalunya (independentista) e outros dois partidos menores, além de 67 abstenções, vindas, em sua maioria, do Podemos.
O fracasso na investidura abre a contagem regressiva para novas eleições. Se não houver um novo debate para a escolha do premiê até setembro – e não se confirme o nome de Sánchez – a Espanha irá para a quarta eleição geral em quatro anos no próximo dia 10 de novembro.
Nas 48 horas em que ocorreram as duas votações (de primeira e segunda investiduras), o PSOE e o Unidas Podemos foram incapazes de fechar um acordo para formar um governo de coalizão. Os socialistas deram por finalizadas as negociações na tarde de quarta (24/07), quando disseram ser impossível atender às exigências feitas pelo partido de Pablo Iglesias e colocaram na mesa uma última oferta: uma vice-presidente de Assuntos Sociais e os ministérios de Habitação, Saúde e Igualdade.
Congreso de España
Pedro Sánchez perdeu segunda votação de investidura na Espanha
O Unidas Podemos rejeitou a proposta, argumentando que ficariam sob sua responsabilidade apenas os temas específicos de cada pasta, sem inclusões de assuntos que poderiam ampliar o poder de cada ministério. A equipe negociadora do Podemos, encabeçada por Pablo Echenique, então, mudou as exigências e apresentou um pedido para controlar uma vice-presidência social, Saúde, Trabalho e Ciência. Os socialistas rechaçaram a ideia de pronto.
Pouco depois, a direção do Podemos se reuniu para decidir o voto: se absteriam “ante a falta de acordo para um governo de coalizão”. O mesmo fizeram outras agremiações de esquerda. No total, foram 67 votos que deixaram Sánchez muito longe de obter, de novo, a confiança da Câmara para um novo mandato como presidente de Governo.