“Eu gostaria de ser otimista, mas tenho que ser realista. A situação é complexa”, afirma C.M., que aceitou conversar com a reportagem do Opera Mundi sobre os efeitos da crise financeira na Espanha, mas não quis se identificar. Depois de trabalhar por 11 anos em uma multinacional norte-americana, ela foi demitida em um dos cortes feitos pela empresa no ano passado. “Não importa a sua experiência, a sua vontade de trabalhar. Tudo está muito difícil por aqui.”
Sem emprego, os espanhóis agora apostam na sorte. O que se viu nos últimos meses em todo o país foram enormes filas para comprar as tradicionais loterias de Natal, que dão prêmios de até 300 mil euros (quase um milhão de reais). Se nos anos anteriores elas representavam uma ilusão, em 2008 significaram esperança.
Mas como poucos serão sorteados, a solução é poupar. Os produtos de marcas brancas – com selos próprios dos mercados – estão cada vez mais presentes nos carrinhos dos compradores porque custam menos. Segundo a consultora Nielsen, a venda desse tipo de mercadoria cresceu entre agosto de 2007 e agosto de 2008 mais que a soma dos dois anos anteriores.
Outro fenômeno depois da crise espanhola é que muitos casais estão adiando o casamento. De acordo com um site que assessora futuras noivas a planejar sua festa, a procura já caiu consideravelmente e a previsão é que haja uma queda de 17% no número de celebrações neste ano.
Saiba mais sobre a crise na Espanha.
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