O governo da Venezuela confirmou na noite desta terça-feira (17/05) que os Estados Unidos pretendem suspender algumas das sanções impostas nos últimos anos à Venezuela, autorizando empresas de petróleo a retomar as operações no país latino-americano.
De acordo com a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, a gestão de Nicolás Maduro confirmou as informações, afirmando que o país “espera que essas decisões abram caminho para a revogação total das sanções ilegais que atingem todo o nosso povo”.
“O governo da Venezuela verificou e confirmou as notícias segundo as quais os Estados Unidos autorizaram companhias petrolíferas nacionais e europeias a negociar com Caracas”, disse.
Aludindo ao processo de recuperação econômica do país em meio a sanções coercitivas e unilaterais, Rodríguez observou que as autoridades do Executivo continuarão promovendo políticas com seu próprio esforço e, ao mesmo tempo, denunciando os impactos que o bloqueio trouxe aos venezuelanos.
“Apegado a seus profundos valores democráticos, [a Venezuela] continuará incansavelmente promovendo um diálogo frutífero em formato nacional e internacional”, afirmou a vice-presidente.
Washington e Caracas romperam relações diplomáticas em 2019, quando o governo de Donald Trump definiu a reeleição de Maduro como fraudulenta e reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como chefe de Estado interino da Venezuela.
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‘Decisões abram caminho para a revogação total das sanções ilegais’, diz Caracas
Segundo Juan González, conselheiro da Casa Branca para América Latina, o relaxamento das sanções busca reativar o diálogo entre governo e oposição na Venezuela, mas novas flexibilizações vão depender de avanços concretos nas negociações.
“Atenuaremos a pressão baseando-se em fatos e resultados ambiciosos e concretos que levem a Venezuela a eleições democráticas”, declarou o assessor. O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, já teve um encontro com um representante da oposição, Gerardo Blyde, para reativar as negociações no México.
‘Positivo, mas limitado’
Na segunda-feira (16/05), o presidente norte-americano Joe Biden anunciou o restabelecimento de voos para Cuba e a eliminação dos limites de remessas, medidas que foram descritas pelo governo da ilha como “positivas, mas de alcance muito limitado”.
De acordo com o pronunciamento do mandatário, um programa de reunificação familiar que estava suspenso há anos será restabelecido, assim como o aumento dos serviços consulares para facilitar as viagens a Cuba. O limite de remessas de mil dólares por trimestre também será suspenso, esta última tendo sido uma medida aplicada por Trump.
“A decisão não modifica o bloqueio, a inclusão fraudulenta na lista de países que patrocinam o terrorismo, ou a maioria de medidas coercivas de pressão máxima de Trump que ainda afetam o povo cubano”, disse o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.
(*) Com Telesur e Ansa.