Estados Unidos e Taiwan decidiram iniciar nesta quinta-feira (18/08) negociações formais para uma parceria comercial bilateral, medida que arrisca inflamar ainda mais as tensões com a China.
A primeira rodada de tratativas deve acontecer no início do outono no Hemisfério Norte, no final do mês de setembro, e englobará 11 áreas, incluindo clima, agricultura e comércio digital.
“Dou boas vindas ao início das negociações sob a Iniciativa EUA-Taiwan sobre o Comércio do Século 21, um grande passo à frente para nossos laços comerciais com os EUA e o mundo. Obrigado a todos que tornaram isso possível e continuam a promover a cooperação econômica conjunta com base em nossos valores compartilhados”, afirmou a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.
I welcome the start of talks under the US-Taiwan Initiative on 21st-Century Trade, a major step forward for #Taiwan & for our trade ties with the #US & the world. Thanks to all who made this possible & continue to promote joint economic cooperation based on our shared values. pic.twitter.com/MvKOUpAI7N
— 蔡英文 Tsai Ing-wen (@iingwen) August 18, 2022
Os Estados Unidos defendem que a medida “não tem como objetivo” assinar um acordo de livre comércio, mas sim “aprofundar as relações e os investimentos bilaterais”.
Twitter/Tsai Ing-wen
Taiwan já é o nono maior parceiro comercial dos Estados Unidos
O início das negociações acontece em meio à crescente tensão com a China, que realizou neste mês seus maiores exercícios militares no Estreito de Taiwan, em retaliação à visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha.
Taiwan já é o nono maior parceiro comercial dos Estados Unidos e um dos maiores produtores mundiais de semicondutores, componentes essenciais para a indústria de tecnologia.
O Ministério do Comércio da China reagiu às negociações entre Taipei e Washington e prometeu tomar “todas as medidas necessárias para proteger sua soberania”.
“A China se opõe a qualquer forma de intercâmbio comercial entre qualquer país e a região chinesa de Taiwan. A parte americana deveria se ater ao princípio da China Única e respeitar seriamente o compromisso de não apoiar a independência de Taiwan”, acrescentou a pasta.
(*) Com Ansa