Atualizada às 17h01
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (10/01) novas sanções econômicas contra o Irã e autoridades iranianas, depois dos ataques do Irã às bases iraquianas que abrigam tropas dos EUA no início desta semana. O anúncio foi feito pelo secretário do Tesouro norte-americano, Steve Mnuchin, em coletiva de imprensa junto com o secretário de Estado, Mike Pompeo.
Mnuchin anunciou 17 sanções aprovadas pelo presidente Donald Trump destinadas a sufocar a economia do Irã e outras medidas contra oito autoridades iranianas que os EUA acreditam estarem envolvidas no lançamento dos mísseis contra as bases iraquianas no início desta semana. Segundo os funcionários da Casa Branca, os alvos de sanções são protagonistas de atividades “desestabilizadoras” no Oriente Médio.
De acordo com uma nota publicada no site do Departamento de Estado dos EUA, entre as autoridades iranianas vítimas das novas sanções estão o secretário do Conselho de Segurança Nacional, Ali Shamkhani, o comandante do Basij, Gholamreza Soleimani e alguns dos “maiores produtores” de aço, ferro e cobre do país islâmico.
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O ex-comandante da Guarda Revolucionária do Irã e atual secretário do Conselho de Discernimento de Conveniência iraniana, Mohsen Rezaei, disse que as sanções impostas pelos Estados Unidos são “insignificantes” e que tal bloqueio é “irrelevante em termos econômicos”.
“Essas sanções insignificantes são simbólicas para os EUA e para mim. Para os EUA, elas são simbólicas, pois essa etapa é irrelevante em termos econômicos e não compensa o ataque de mísseis ao poder e prestígio de Washington. Para mim, elas são simbólicas porque me honram mais uma vez”, escreveu Rezaei no Twitter.
White House / Flickr
Secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo e o secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin.
“Queremos que o Irã se comporte simplesmente como uma nação normal”, afirmou Pompeo. Na quarta-feira, (08/01), Trump já havia anunciado que iria impor novas sanções contra o Irã. Na ocasião o mandatário afirmou que os norte-americanos “querem paz”.
“Ao remover Soleimani, nós mandamos uma mensagem poderosa aos terroristas. Vocês não vão ameaçar as vidas de nosso povo. Nós continuamos a avaliar respostas, mas vamos estabelecer também novas sanções. Essas sanções poderosas vão permanecer até que o Irã mude o seu comportamento”, disse Trump, em seu primeiro pronunciamento após o ataque iraniano a tropas americanas no Iraque
Informações precisas
Em entrevista ao canal norte-americano Fox News nesta quinta-feira (09/01), Mike Pompeo reconheceu que os EUA não tinham informações exatas sobre o suposto plano de ataque que estaria sendo planejado pelo general iraniano Qasem Soleimani, o que, segundo o próprio presidente Donald Trump, motivou o bombardeio do exército norte-americano sobre o aeroporto de Bagdá, no Iraque, que terminou com a morte do general da Guarda Revolucionária do Irã.
“Não há dúvidas de que Qasem Soleimani planejava uma série de ataques, não sabemos exatamente quando, nem onde, mas era uma ameaça real”, afirmou o secretário.
Pompeo ainda disse que Trump “tomou a decisão correta” ao ordenar o bombardeio para assassinar Soleimani. “Havia uma verdadeira oportunidade aqui e “uma verdadeira necessidade aqui”, disse.
No dia 3 de janeiro, depois do bombardeio perpetrado pelos EUA que assassinou o general Iraniano, Trump acusou o general de ser responsável pela morte de “milhares de americanos” e de estar “conspirando para matar muitos mais”. “O General Qasem Soleimani matou ou feriu gravemente milhares de americanos por um longo período e estava conspirando para matar muitos mais… mas ele foi pego!”, disse o presidente dos EUA pelo Twitter.