Os Estados Unidos irão renovar nesta terça-feira (08/11) os 435 deputados da Câmara, um terço do Senado, além de definir 36 novos governadores no país. O Partido Democrata tenta reverter a tendência de uma vitória do Partido Republicano no Congresso.
Do lado do Senado, onde há 35 vagas na disputa, de um total de 100 senadores, a pesquisa aponta que os republicanos são favoritos e podem eleger 20 senadores, contra 12 democratas. Pelo menos três vagas podem ter um resultado “toss-up”, expressão usada para dizer que o cenário é indefinido e tanto democratas, quanto republicanos podem ser eleitos.
Para garantir o controle do Senado, os democratas precisam conseguir manter 50 senadores, e os republicanos têm de conquistar 51. E um último dado interessante é que 7 estados com disputa acirrada devem decidir o controle do Senado, entre eles, Pensilvânia, Nevada, Arizona, New Hamphire, Ohio e Geórgia.
Comícios
A última noite antes das eleições foi bem movimentada para ambos os partidos. Nessa segunda-feira (07/11), em um comício em Maryland, na Virgínia, o presidente Joe Biden tentou incentivar ao máximo os eleitores democratas a comparecer aos locais de votação, ao dizer que essa é “uma das eleições mais importantes” do país. “Nossas vidas serão moldadas pelo que vai acontecer nos próximos três anos”, afirmou, defendendo que os eleitores precisam votar para preservar a democracia.
Mas embora surpresas sejam possíveis, com base na pesquisa independente Inside Elections, os republicanos parecem favoritos para conquistar 216 cadeiras na Câmara – para obter maioria é necessário ter pelo menos 218 deputados eleitos. Atualmente, a casa tem 220 deputados democratas.
Em Ohio, outro estado-chave na disputa, o ex-presidente Donald Trump fez campanha para o candidato ao Senado, o republicano J.D. Vance, contra o deputado democrata Tim Ryan, que agora tenta se eleger senador. Em um discurso inflamado, Trump afirmou: “Se você quer salvar seus direitos e liberdades, você deve começar por limitar de forma humilhante a esquerda radical nesta eleição”.
Wikicommons
Para garantir controle do Senado, democratas precisam conseguir manter 50 senadores, e republicanos têm de conquistar 51
Em Ohio, outro estado-chave na disputa, o ex-presidente Donald Trump fez campanha para o candidato ao Senado, o republicano J.D. Vance, contra o deputado democrata Tim Ryan, que agora tenta se eleger senador. Em um discurso inflamado, Trump afirmou: “Se você quer salvar seus direitos e liberdades, você deve começar por limitar de forma humilhante a esquerda radical nesta eleição”.
Era esperado que Trump lançasse sua candidatura à presidência em 2024 nos últimos dias. Mas ao que tudo indica, ele deixou o lançamento para esta terça-feira (08/11), quando informou que fará “um grande anúncio” na Flórida. Segundo a imprensa local, Trump teria sido aconselhado a não anunciar a candidatura antes da votação, o que poderia ter o efeito de levar eleitores democratas às urnas.
Inflação x democracia
O tema da democracia apareceu bastante em ambas as campanhas. Depois da invasão do Capitólio em janeiro de 2020 por apoiadores de Donald Trump, a comissão que investiga o caso mostrou provas de que o ex-presidente teria sido omisso e, de certo modo, incentivado os ataques.
Nessa linha de combate ao crescimento da extrema direita, em que os democratas tentam impedir o avanço do voto direcionado por Trump, vale lembrar que nas prévias internas do partido os candidatos favoritos da cúpula tradicional republicana foram derrotados por nomes indicados pelo ex-presidente.
Agora os republicanos também usam o discurso sobre a democracia, mas com outro viés. Eles continuam a trazer acusações sobre fraudes nas eleições de 2020, ainda que isso já tenha sido descartado.
Entretanto, para os norte-americanos, o argumento de defesa da democracia não é o primeiro na lista de prioridades para estas eleições. A principal causa de preocupação dos eleitores neste momento, segundo pesquisas da rádio NPR e Rede PBS, emissoras públicas dos país, é a alta inflação. A democracia foi o segundo motivo apontado como fator para comparecer as urnas.
A inflação anual até setembro de 2022 foi de 8,2%, muito acima da meta anual de 2%.
Votação antecipada e gastos
Duas coisas chamam a atenção para estas eleições de meio mandato. Primeiro, o alto comparecimento de eleitores para votação. Estima-se que mais de 41 milhões de eleitores já votaram de maneira antecipada, o melhor resultado em três ciclos eleitorais.
O outro dado relevante é o volume de gastos da eleição até agora: foram quase U$ 17 bilhões nessa campanha, segundo a ONG norte-americana OpenSecrets.