A proposta apresentada nesta sexta-feira (24/02) pela China para buscar uma solução negociada para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia provocou uma primeira reação positiva por parte de algumas autoridades de Washington.
Uma delas é a do assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, quem afirmou que “minha primeira reação a isso [a proposta chinesa] é que ela poderia parar no ponto um, que é respeitar a soberania de todas as nações”.
Ademais, Sullivan também reconhece que Pequim tem razão ao abordar matérias como a criação de um grupo de trabalho para resolver a crise humanitária, a proteção da população civil e dos prisioneiros de guerra, a facilitação das exportações de grãos e manutenção das cadeias de suprimentos.
No entanto, o assessor não deixa de criticar a China, com um argumento que dá a entender que a proposta do gigante asiático deveria menos imparcial e mais favorável à Ucrânia.
“A Ucrânia não estava atacando a Rússia. A OTAN não estava atacando a Rússia. Os Estados Unidos não estavam atacando a Rússia (…) A guerra pode acabar amanhã se a Rússia parar de atacar a Ucrânia e retirar suas forças”, alegou Sullivan.
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Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, reagiu à proposta chinesa para a paz entre Rússia e Ucrânia
Vale recordar, porém, que semanas antes do início do conflito, em janeiro e fevereiro de 2022, houve hostilidades de grupos armados ucranianos contra comunidades de etnia russa nas regiões do Leste do país.
A proposta oferecida pela China surge um dia depois de o país optar pela abstenção na sessão extraordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que colocou em votação uma resolução apresentada pela Alemanha exigindo a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano.
O documento divulgado por Pequim nesta sexta, cujo título é “Iniciativa Global de Segurança”, estabelece 12 pontos que as partes envolvidas poderiam seguir para retomar as negociações e encerrar as hostilidades, e exorta a comunidade internacional a trabalhar para que Moscou e Kiev iniciem as conversas em torno dessa pauta.
Os 12 pontos levantados pela China são: 1) respeitar a soberania de todos os países; 2) abandonar a mentalidade da Guerra Fria; 3) cessar as hostilidades; 4) retomar as negociações de paz; 5) resolver a crise humanitária; 6) proteger a população civil e os prisioneiros de guerra; 7) manter a segurança das usinas nucleares; 8) reduzir os riscos estratégicos; 9) facilitar as exportações de grãos; 10) fim das sanções unilaterais; 11) manter as cadeias de suprimentos estáveis; 12) promover a reconstrução pós-conflito.