O presidente do Sinn Féin, ex-braço político do IRA (Exército Republicano Irlandês), pediu neste sábado (19/01) a convocação de um referendo sobre a unificação da Irlanda para que o povo da Irlanda do Norte possa decidir sobre seu futuro. A declaração do grupo da República da Irlanda vem poucos dias depois de violentos protestos em Belfast contra uma medida das autoridades locais de retirar a bandeira britânica do Legislativo.
Efe (11/1)
Solicitação por referendo vem em meio a confrontos na Irlanda do Norte entre unionistas e republicanos que divergem quanto a pertencimento ao Reino Unido
Durante conferência de seu partido em Dublin, Gerry Adams afirmou que a consulta popular deveria ser convocada pelas autoridades britânicas e locais no próximo mandato da Assembleia da Irlanda do Norte. De acordo com Adams, o referendo será um passo importante para os irlandeses “seguirem em frente” na história. Desde 1922, a ilha foi dividida entre a República da Irlanda, que conseguiu a independência do Reino Unido, e a Irlanda do Norte que continua fazendo parte da Commonwealth.
“A unidade irlandesa faz sentido”, afirmou ele perante o público. “Tem sentido político, tem sentido econômico. É do interesse das pessoas dessa ilha”, acrescentou ele, citando que os unionistas representam, agora, 40% da população da Irlanda do Norte.
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“Nós republicanos acreditamos que a separação teve consequências negativas para o povo e para nossa economia. Foi ruim para investimentos, crescimento e geração de emprego. Uma economia única e planejada trará prosperidade, emprego e investimentos”, disse Adams. “Trará benefícios a todos. Juntos, nós somos mais fortes”, apelou.
Há cerca de 15 anos, os unionistas, que desejam se manter integrados ao Reino Unido, e os republicanos, que defendem a união territorial irlandesa, firmaram um acordo de paz depois de décadas de conflito. Desde o tratado, as crises acontecem, mas a violência no geral diminuiu bastante e, desde 2007, os dois lados compartilham o governo. Recentemente, os protestos relacionados à bandeira britânica mostraram uma população dividida.
Em julho do ano passado, três das quatro principais correntes separatistas da Irlanda do Norte revelaram que estão prestes a se reunir e reinaugurar o grupo nacionalista armado IRA (Exército Republicano Irlandês, na sigla em inglês). Em um comunicado obtido pelo jornal britânico The Guardian, a nova organização alegou que conseguiu formar “uma estrutura unificada sob uma única liderança” e que, agora, só será “subserviente à constituição do Exército Republicano Irlandês”.