A promotoria de Stuttgart, na Alemanha, acusou nesta quinta-feira (26/09) um suposto ex-guarda de 93 anos do campo de concentração nazista de Auschwitz por cumplicidade com assassinato. O acusado teria conexão com as mortes de milhares de pessoas durante o período em que passou no campo, entre 1941 e 1943.
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O homem, cujo nome não foi divulgado pelos promotores mas que, segundo a imprensa, se chama Hans Lipschis, foi deportado dos Estados Unidos para a Alemanha na década de 1980, por não revelar seu passado na SS. Ele está preso desde maio.
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De acordo com comunicado publicado pela promotoria, Lipschis é acusado de “ter apoiado a operação no campo e, assim, as atividades de extermínio”. Entre 1941 e 1943, 12 levas de prisioneiros chegaram a Auschwitz, acrescenta o documento. O suposto ex-guarda não respondeu a acusação, mas, no passado, já havia declarado que só trabalhou como cozinheiro no campo de concentração.
Reprodução
O suposto ex-guarda nazista Hans Lipschis, de 93 anos, que trabalhou em Auschwitz
Segundo a BBC, Lipschis aparecia como número quatro na lista do Centro Simon Wiesenthal de nazistas mais procurados, além de ser um dos 50 antigos funcionários de Auschwitz ainda vivos que começaram a ser investigados pelas autoridades alemãs.
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Por mais de 60 anos, os tribunais alemães só processaram criminosos de guerra nazistas se houvesse evidências de que eles, pessoalmente, haviam cometido atrocidades, mas, desde 2011, todos os guardas de campos de concentração podem ser julgados. Naquele ano, uma corte de Munique condenou John Demjanjuk a cinco anos de prisão por cumplicidade no extermínio de mais de 28 mil judeus no campo de Sobibor, onde era guarda.
No começo de setembro, autoridades alemãs responsáveis pela investigação de crimes do nazismo anunciaram que enviariam documentos sobre 30 ex-funcionários de Auschwitz para procuradores da República, com a recomendação de fazer acusações.
Mais de um milhão de pessoas, na maioria judeus da Europa, morreram no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, operado por oficiais nazistas na Polônia ocupada de 1940 até o dia em que o país foi libertado pelo Exército Vermelho da União Soviética em 27 de janeiro de 1945.