O ex-ministro da Presidência do Níger, Rhissa Ag Boula, anunciou nesta quarta-feira (09/08) a criação de um Conselho de Resistência para a República (CRR), com o objetivo de “restabelecer a ordem constitucional” e o ex-presidente deposto pelo levante no país, Mohamed Bazoum.
Ag Boula, que é ex-líder da rebelião tuaregue, ocorrida nas décadas de 1980 e 1990, assinou uma carta criando a entidade e exigindo a prisão do líder militar que guiou o levante, Abdourahamane Tiani.
O ex-funcionário também denunciou a junta militar de praticar “manipulação de massas” e a utilização de civis como milícias.
Por fim, criticou a imposição de “ditaduras militares na região” ao referir-se ao Mali ou ao Burkina Faso, que manifestaram o seu apoio ao chamado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP) e enviaram delegações a Niamei, capital do Níger.
Por seu lado, os governos do Mali e do Burkina Faso ratificaram nesta terça-feira (08/08) o seu apoio à junta nigerina e exortaram o Conselho de Segurança das Nações Unidas a impedir uma eventual intervenção no Níger por parte das forças do Conselho Económico dos Estados da África Ocidental (Cedeo).
Wikicommons
Levante militar denunciou que militares franceses atacaram a Guarda Nacional e violaram o espaço aéreo do país
“Os governos de transição de Mali e Burkina Faso apelam para a responsabilidade principal do Conselho de Segurança da ONU, garantir a paz e a segurança internacional, prevenir com todos os meios ao seu alcance uma ação armada contra um Estado soberano cuja escala e consequências são imprevisíveis” , afirma a nota.
Países da Cedeao já ameaçaram enviar forças militares para Niamei caso a junta militar responsável pelo levante não reestabeleça o governo do presidente deposto, Mohammed Bazoum, e a Constituição do país.
Ataque da França
Os representantes do levante no Níger alegaram, também nesta quarta-feira (09/08) que os militares franceses atacaram a Guarda Nacional e violaram o espaço aéreo do país.
“Às 06h30 da manhã, as posições da Guarda Nacional do Níger foram atacadas. As ações das forças francesas foram condenadas por libertar unilateralmente os terroristas detidos”, disse o representante Amadou Abdramane.
Além disso, segundo suas denúncias, as forças francesas pegaram um avião militar da capital do Chade, N’Djamena, movimento que violou o espaço aéreo do Níger sem haver comunicação prévia com as autoridades de aviação do país.
Desta forma, o Conselho Nacional de Segurança da Pátria, formado após o levante militar, ordenou que o “nível de ameaça seja aumentado”.
(*) Com Sputniknews e TeleSUR