Apesar das dificuldades econômicas impostas pelo embargo econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de 60 anos, o governo socialista de Cuba mantém, desde o início da Revolução, sistemas públicos de saúde e educação considerados por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como exemplos para o resto do mundo.
Porém, esse cenário vem se transformando devido a alguns problemas surgidos desde a pandemia de covid-19, que levou a um novo aumento no êxodo de profissionais cubanos para outros países, por motivos diversos.
Matéria do diário britânico The Guardian publicada nesta quarta-feira (06/12) mostra alguns exemplos dessa situação, que o periódico descreve como uma espécie de “êxodo de refugiados econômicos”. Na matéria, uma professora entrevistada alega que deixou o país porque “lá eles pagam pouco e você trabalha muito”.
O jornal inglês mostra exemplos como o de uma escola para crianças autistas no bairro de Vedado, em Havana, que perdeu 13 professores nos últimos dois anos.
Observador
Saúde em Cuba continua tendo melhor estrutura que na maioria dos países da América Latina, mas conta com queda no número de profissionais
Também no setor da Saúde, os números oficiais do governo cubano mostram uma queda importante no número de médicos, enfermeiros e dentistas.
Em entrevista a Opera Mundi, o jornalista e escritor cubano Mauricio Leandro Osorio afirmou que “a crise se expandiu cada vez mais desde as sanções lançadas pelo governo Trump, que recrudesceu o sufocamento econômico da ilha. A pandemia também foi um grande fator, além de problemas internos”.
“A situação geopolítica atual também não é favorável para os cubanos, com guerras no Leste Europeu e no Oriente Médio, além de crises inflacionárias na América Latina, e esses todos fatores atingem economicamente a ilha”, acrescentou Osorio.