O partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc) repudiou nesta quarta-feira (04/09) a ação do governo colombiano de recolher armas de equipes de segurança para proteção de ex-guerrilheiros.
Em comunicado emitido pelo Ministério do Interior, divulgado pelo portal NC Notícias, a direção da Unidade Nacional de Proteção (UNP) pede “à Subdireção de proteção e à Subdireção Especializada de Segurança e Proteção que sejam reintegradas ao armazém de armamentos todas as armas de apoio tipo submetralhadoras que se encontram registradas nos esquemas ou funcionários dentro dessas subseções” até o dia 13 de setembro.
Pelo Twitter, o líder da Farc, Rodrigo Londoño, o “Timochenko”, pediu explicações ao governo do presidente Iván Duque sobre o recolhimento e criticou a medida. “Quando aumentam as ameaças e os riscos, o governo decide retirar todas as armas de apoio de nossos esquemas de segurança”, disse.
O partido também se manifestou e reiterou que o momento é de “aumento de ameaças” e classificou a ação do governo como “inexplicável”.
Na assinatura do Acordo de Paz entre o governo do ex-presidente Juan Manuel Santos e a antiga guerrilha Farc, ficou estabelecido que a UNP chefiaria equipes de segurança para garantir a proteção de antigos guerrilheiros ameaçados por grupos paramilitares e narcotraficantes.
Reprodução/Farc
O partido também se manifestou e reiterou que o momento é de "aumento de ameaças" e classificou a ação do governo como "inexplicável"
UNP
Em nota divulgada nesta quinta-feira (05/09), a UNP contrariou a Farc dizendo que não itá retirar todas as armas de todas as equipes de segurança, mas apenas as que se encontram em situação irregular por não terem sido devolvidas dentro de prazos estabelecidos.
“Não é certo dizer que a UNP pretende debilitar os esquemas de proteção dos ex-combatentes das Farc. Pelo contrário – e para a tranquilidade do senhor Londoño e demais pertencentes a nosso programa – nem o governo nacional nem a entidade medem esforços para salvaguardar suas vidas e para que, como ocorre em muitos casos, possam exercer com segurança suas atividades políticas”, diz o comunicado.
Ainda segundo o órgão do Ministério do Interior, “o primeiro objetivo desta medida é […] que os funcionários (escoltas) entreguem temporariamente ao arsenal da UNP este tipo de armas em eventos específicos como férias, finais de semana e incapacidades”.