O presidente da Argentina, Alberto Fernández, se desculpou, em nome do povo de seu país, pelo papel desempenhado pelo governo de seu antecessor, Mauricio Macri (2015-2019), no golpe contra o então reeleito presidente boliviano Evo Morales em 2019. Segundo a Bolívia, o então governo argentino chegou a fornecer armamentos aos golpistas.
Fernández considerou que a “colaboração” de Mauricio Macri com as forças militares bolivianas que realizaram o golpe de 2019 acabou dando autoridade a Jeanine Áñez como governante de fato.
O presidente argentino enviou uma carta, na noite desta quinta (08/07) ao atual presidente boliviano Luis Arce, para lamentar o fato, e expressou sua “dor e vergonha” frente à denúncia de La Paz de que Macri forneceu clandestinamente “material de guerra “ao regime de Áñez para reprimir os protestos sociais que culminaram nos massacres de Sacaba e Senkata.
Fernández chamou os atos de Macri de “decidida colaboração” para com a “repressão militar e policial sofrida por quem defendia a ordem institucional” do governo legítimo de Evo Morales, derrubado por militares.
Repudiamos el apoyo del gobierno del expresidente de #Argentina, Mauricio Macri, al Golpe de Estado que vivimos el año 2019 en el Estado Plurinacional de #Bolivia. El envío de material bélico para reprimir al pueblo boliviano contraviene las normas internacionales. pic.twitter.com/7bG0G9uBOv
— Luis Arce Catacora (Lucho Arce) (@LuchoXBolivia) July 9, 2021
O presidente argentino anunciou que “esses eventos estão sendo analisados por um Grupo Interdisciplinar de Peritos Independentes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos”.
Da mesma forma, afirmou que “ter feito o mais rápido possível o que estava ao [seu] alcance para preservar a vida de Evo Morales, Álvaro García Linera e muitos outros irmãos bolivianos sitiados pelos conspiradores golpistas”. Fernández assumiu o poder na Argentina cerca de um mês depois da renúncia de Morales.
Em resposta, por meio de um tweet, Luis Arce disse que ratificou os “laços de fraternidade com o povo argentino”, e reconheceu “a solidariedade e o apoio do Irmão Presidente Alberto Fernández ao povo boliviano, bem como seu compromisso com a memória, a verdade e justiça “.
Em novembro de 2019, após ter vencido as eleições, o presidente Evo Morales, do Movimento pelo Socialismo, foi forçado a deixar seu cargo pela direção das Forças Armadas, após pressões da Organização dos Estados Americanos e da cumplicidade da Direita. governos da região, como Brasil, Argentina, Chile e Peru.