A Finlândia se tornará o 31º membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta terça-feira (04/04), anunciou o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, nesta segunda-feira (03/04). “Amanhã daremos as boas-vindas à Finlândia como 31º membro”, disse Stoltenberg, observando que a bandeira finlandesa será hasteada durante esta tarde na sede da Aliança, em Bruxelas.
“É realmente um dia histórico”, acrescentou, observando que foi o processo de adesão “mais rápido” na história recente do Tratado do Atlântico Norte.
Questionado sobre o destino da Suécia, para o qual a Turquia ainda não deu sinal verde, o chefe da Otan se mostrou otimista. “Estou absolutamente confiante de que a Suécia também se tornará membro. É, para a Otan, para mim, uma prioridade garantir que isso aconteça o mais rápido possível”, declarou ele durante a reunião.
A Suécia, assim como a Finlândia, já está muito integrada à Otan com o estatuto de país convidado.
Com a invasão russa na Ucrânia, os dois países decidiram virar a página da política de não-alinhamento militar vigente desde os anos 1990, herdada de décadas de neutralidade forçada ou escolhida, pedindo a adesão à Otan em maio de 2022.
Reação russa
Em reação ao anúncio, a Rússia comunicou nesta segunda-feira sua intenção de fortalecer suas capacidades militares perto da Finlândia, uma vez que Moscou percebe a adesão do país nórdico como uma ameaça.
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Bandeira finlandesa será hasteada nesta terça-feira na sede da Aliança, em Bruxelas
“Fortaleceremos nossas capacidades militares no oeste e no noroeste”, nas fronteiras com a Europa Oriental e a Finlândia, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grouchko.
“No caso de destacamento de forças e meios de outros membros da Otan em território finlandês, tomaremos medidas adicionais para garantir de forma confiável a segurança militar da Rússia”, acrescentou, citado pela agência de notícias russa Ria Novosti.
A Rússia havia garantido em março não representar uma “ameaça” para os dois países nórdicos (se referindo também à Suécia) e não ter “nenhuma disputa” com as duas nações.
Razão para invadir a Ucrânia
Moscou, no entanto, considera a ampliação da Otan próximo às suas fronteiras uma ameaça fundamental à sua segurança, e a ambição da Ucrânia de aderir à aliança foi uma das razões usadas pelo Kremlin para justificar seu ataque ao país.
A nova doutrina diplomática russa divulgada na semana passada classifica o Ocidente como uma “ameaça existencial” cujo “domínio” Moscou deve combater.