O governador de Istambul, Hüseyin Avni Mutlu, pediu perdão neste domingo (09/06) pelos “excessos” policiais e os “erros individuais” cometidos durante a repressão aos protestos contra o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, na semana passada.
“É preciso pedir perdão pelos excessos e os erros individuais que ocorreram às vezes neste assunto. Peço mil perdões, de coração”, disse o governador em uma inesperada mensagem divulgada no Twitter.
Agência Efe
Manifestantes pedem a saída de Erdogan na Turquia
Mutlu, um dos políticos dos quais é exigida a renúncia por abusos policiais, tentou assim uma conciliação com os manifestantes concentrados há dias na praça Taksim. Ele também disse que “gostaria de estar com eles”. “Jovens, sei que passam uma pacífica manhã no parque Gezi, com o piar dos pássaros, o zumbido das abelhas e o cheiro dos tilos. Gostaria estar com vocês”, foi a bucólica mensagem que o governador postou na conta @ValiMutlu.
Com essas declarações, o governador se distancia de Erdogan, que classificou hoje os participantes dos protestos de “saqueadores”. Para Mutlu, eles se definem como “indivíduos livres e cidadãos que estão acima dos partidos”. “Se não pudermos entrar em acordo, estamos obrigados a compartilhar nossos problemas olhando-os de forma humana e com justiça”, acrescentou o governador.
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Além disso, Mutlu garantiu que não vai autorizar uma intervenção policial para despejar os que ocupam a praça Taksim e o parque Gezi, onde a polícia não entra há mais de uma semana e origem da insatisfação local. Os primeiros protestos foram organizados contra um plano de corte de árvores para a construção de um empreendimento imobiliário.
Dois manifestantes e um agente morreram e 4.000 pessoas ficaram feridas durante as manifestações dos últimos dias. A União Europeia criticou a brutalidade policial e o governo turco reconheceu que houve excessos e abriu uma investigação sobre a ação de vários agentes.
Neste domingo, o partido governista AKP convocou um evento em apoio ao primeiro-ministro. Na última semana, Erdogan tem adotado uma posição contraditória sobre os manifestantes. Inicialmente, ele disse que democracia se fazia nas urnas, mas depois se disse aberto às reivindicações.
(*) com Agência Efe