O Governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN) assinaram nesta terça-feira (04/10) em Caracas um acordo pelo qual reiniciam os diálogos de paz, interrompidos durante os anos do mandato do ex-presidente colombiano Iván Duque (2018-2022).
Segundo o documento assinado pelas partes envolvidas, o Governo da Colômbia e o ELN concordam em “restabelecer a mesa de diálogo, retomar os acordos alcançados antes do rompimento, e restabelecer o processo de diálogo a partir do mês de novembro”.
O comunicado lembra que, tanto para o governo do presidente Gustavo Petro, quanto para o ELN, é fundamental a participação da sociedade nas negociações.
A administração de Petro e a organização guerrilheira também agradeceram aos países garantidores das negociações de paz: Cuba, Venezuela e Noruega.
Desde Caracas se reanudan los diálogos de paz oficialmente entre nuestro gobierno y el ELN, junto a los paises garantes de Venezuela, Cuba y Noruega. pic.twitter.com/FVZnyKJ8IX
— Gustavo Petro (@petrogustavo) October 4, 2022
O Ministério de Relações Exteriores de Cuba saudou a reativação dos diálogos e reitera que Havana “continuará apoiando e contribuindo, junto com os países garantidores, para as negociações com o ELN” e que “aprecia como uma oportunidade e reitera sua profunda convicção de que o governo colombiano e seus cidadãos merecem a paz, e encontrarão os meios para alcançá-la”.
Wikicommons
Propostas de negociações foram reativadas quando Petro tomou posse da presidência colombiana, em agosto
Em seus discursos após a assinatura do acordo entre as partes, tanto Antonio García, representante do ELN, quanto Danilo Rueda, diretor da comissão de Justiça e Paz do governo colombiano, ratificaram a decisão, embora não tenham definido onde começarão as negociações.
García ressaltou a disposição do grupo armado de retomar o processo, embora tenha esclarecido que não é “exatamente o mesmo acordo” alcançado em 2016 entre as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército Popular (FARC-EP) e o Estado colombiano.
Por sua vez, Danilo Rueda insistiu na confiança como um aspecto fundamental, celebrando o que chamou de disposição do ELN para desescalar o conflito, principalmente após a posse de Petro.
As conversações entre o Estado colombiano e o ELN foram interrompidas em 18 de janeiro de 2019, quando o governo de Iván Duque anunciou publicamente a decisão de concluir a Mesa de Diálogo de Paz que vinha ocorrendo em Havana, Cuba, a pedido ex-presidente Juan Manuel Santos, do ELN e outros atores internacionais.
As propostas de negociações foram reativadas quando Petro tomou posse da presidência colombiana em agosto e afirmou sua decisão de avançar pela “paz total”.
(*) Com Telesur