O governo da Tunísia informou que reconhecerá os partidos políticos políticos de oposição, que haviam sido considerados ilegais durante o governo do ex-presidente Zine el-Abedine Ben Ali, e que anistiará todos os presos políticos do país.
“Estamos em acordo para uma anistia geral”, disse o ministro de Educação Superior, Ahmed Ibrahim, líder de um partido oposicionista, que se juntou à coalizão do governo após a saída de Ben Ali. “Esta reunião foi histórica. Estamos totalmente de acordo”, garantiu o ministro.
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Ao ser questionado se a anistia incluiria também os presos por pertencerem ao movimento islâmico Ennahda, considerado ilegal, ele respondeu: “Sim, claro, todos serão parte desta anistia”.
O ministro da Juventude, Mohamed Aloulou, também afirmou que o reconhecimento de partidos que haviam sido banidos se estende a “todos os movimentos políticos”, inclusive o Ennahda.
O Ennahda, também chamado de Hizb Nahda, que significa Partido do Renascimento, nunca foi reconhecido por algum governo da Tunísia.
A Tunísia está atualmente sob um governo de transição, que deve realizar eleições para definir um novo governo definitivo. De acordo com a última promessa, feita ontem, em seis meses haverá “eleições livres e democráticas”.
Apesar do anúncio, os tunisianos continuam os protestos que começaram em dezembro e culminaram na queda de Ben Ali. Segundo reportagem da BBC, as manifestações acontecem na capital, Túnis, e também nas cidades de Gafsa e El Kef. O motivo seria a presença de membros do partido do presidente deposto no governo provisório.
A insatisfação é causada pela alta inflação, desemprego e corrupção, além de os manifestantes exigirem maior abertura política. Na presidência do país africano desde 1987 – após suceder Habib Bourguiba – Bel Ali disse que deixaria o poder em 2014.
O país ainda está em estado de emergência e o Exército ocupa as ruas da capital. Escolas e universidades continuam fechadas.
A Tunísia terá três dias de luto oficial em memória daqueles que morreram durante os protestos. Segundo o governo, há 78 vítimas, mas a ONU (Organização das Nações Unidas), estima que pelo menos cem mortes.
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