O Grupo de Puebla condenou nesta quinta-feira (10/08) o assassinato do candidato a presidente do Equador Fernando Villavicencio, aos 59 anos.
Villavicencio era candidato pelo partido de direita Movimento Criando Oportunidades (Creo, por sua sigla em espanhol) e foi assassinado na quarta-feira (09/08) com três tiros na cabeça após sair de um evento de campanha realizado em Quito, capital do país.
Para Puebla, organização formada por 30 líderes de 12 países da América Latina, a morte do candidato é um “crime político” que atenta contra a democracia do país e o estado de direito equatoriano, e que deve ser respondido com um “acordo nacional de combate à violência e ao crime organizado”.
“Exortamos a Justiça equatoriana a agir com todo o rigor e celeridade para esclarecer as responsabilidades e punir os culpados”, disse a organização.
Com um pleito geral marcado para dia 20 de agosto, que não foi suspenso ou adiado pelo governo, o grupo pede que a gestão Guillermo Lasso reforce as garantias que “permitam a realização de eleição tranquila e transparente de acordo com o calendário eleitoral”.
Nesse sentido, Puebla convidou os candidatos da disputa, e também os eleitores, a não transformar este “lamentável episódio em uma oportunidade para ataques e cálculos eleitorais”, declarando ainda que não cedam ao “medo e às ameaças dos violentos que buscam derrotar a institucionalidade democrática equatoriana que passou a ser reconhecida e respeitada mundialmente”.
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Fernando Villavicencio foi alvo de diversos disparos quando deixava um evento de campanha realizado em Quito
“O Grupo Puebla condena veementemente o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, um crime político que atenta contra a vida, a democracia, as instituições, o estado de direito e a convivência no Equador, e apresenta suas mais sinceras condolências à sua família, seguidores e, em geral, a todo o povo equatoriano”, afirmou em nota o grupo.
Morte de Villavicencio
A Procuradoria Geral do Equador assegura que autor dos disparos contra o presidenciável morreu durante o atentado, em meio à troca de tiros com os seguranças da vítima. Até o momento, outras seis pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no caso.
O criminoso também não teve seu nome divulgado, mas se trabalha com a hipótese de que ele formava parte da facção criminosa “Los Lobos”, considerada a segunda maior do Equador e ligada ao cartel de Jalisco, no México. A gangue é uma dissidência de outro grupo, chamado “Los Cocheros”, também aliado de uma organização mexicana, o cartel de Sinaloa.
As autoridades equatorianas, no entanto, ainda não confirmaram a autenticidade da reivindicação, embora o presidente Guillermo Lasso já tenha atribuído o assassinato de Villavicencio ao “crime organizado”.
O mandatário também decretou estado de exceção por dois meses em função do caso. Entretanto, o governo equatoriano garantiu que as eleições gerais não terão seu calendário afetado. Portanto, o primeiro turno continua marcado para o dia 20 de agosto.