A candidata à vice-presidência da Colômbia pela coalizão de esquerda Pacto Histórico, Francia Márquez, sofreu ameaças de morte pelo grupo paramilitar Águias Negras. Em dois panfletos com datas de 24 de março e 7 de março, o grupo armado afirma que “todo aquele que intervenha nos seus propósitos será erradicado do mapa” e listam nomes de militantes sociais, associações de defesa de direitos humanos, além de Francia Márquez.
Os paramilitares difundiram a mensagem nos departamentos de Cauca e Valle del Cauca, sul do país, e ainda decretaram “toque de recolher” a partir das 18h do dia 25 de março, avisando que conhecem as rotas dos seus “objetivos militares”.
“Como se não fossem suficientes as calúnias e manifestações racistas, em menos de um mês me ameaçaram de morte duas vezes junto a outros líderes sociais. Senhor presidente Iván Duque solicito que garanta minha integridade física, da minha família e de todos os líderes sociais mencionados”, publicou Márquez.
No es suficiente las calumnias, las manifestaciones racistas, sino que en menos de un mes me han amenazado de mueres 2 veces, junto a otros líderes sociales.
Señor Presidente @IvanDuque le solicito garantizar mi integridad física, la de mi familia y d los líderes mencionados aquí.
— Francia Márquez Mina @FranciaMarquezM March 27, 2022?? https://twitter.com/FranciaMarquezM/status/1508225194216890374?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1508225194216890374%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.brasildefato.com.br%2F2022%2F03%2F28%2Fgrupo-paramilitar-ameaca-de-morte-cadidata-a-vice-presidencia-da-colombia
A advogada também pediu ao Ministério Público investigar as ameaças. “Tomara que dessa vez não vença a impunidade”, disse.
O conflito armado na Colômbia já dura 58 anos e soma 262 mil vítimas mortais, segundo o Centro de Memória Histórica do país.
Twitter @FranciaMarquezM
A advogada também pediu ao Ministério Público investigar as ameaças. "Tomara que dessa vez não vença a impunidade", disse
Atentado em Bogotá
À medida que avança o calendário eleitoral, também se intensifica a violência na Colômbia. Defensores de direitos humanos acusam a situação como uma tática da direita para disseminar o medo e aumentar sua popularidade antes das eleições presidenciais de 29 de maio.
Na noite de sábado (26/03) houve uma explosão em uma estação policial no sul da capital Bogotá. Nesta segunda-feira (28/03), outra criança não resistiu às feridas e faleceu. Dessa forma, o atentado terminou com duas crianças mortas, 34 feridos e cerca de 60 casas afetadas pelos estilhaços da bomba.
Em comunicado, a Frente 33, dissidência das FARC-EP, assumiu a autoria do bombardeio, afirmando que tratava-se de atividades comemorativas pelo aniversário do assassinato de Manuel Marulanda, comandante histórico da ex-guerrilha.