O Governo de Cuba rejeitou nesta quinta-feira (05/10) a intervenção militar estrangeira aprovada pelas Nações Unidas contra o Haiti, afirmando que o país caribenho precisa de “melhor e mais assistência e cooperação internacional”.
A declaração de Cuba ocorre depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, nesta segunda-feira (02/10), uma resolução autorizando o envio do que chamou de Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti, “cujas tropas poderão usar a força dentro do seu âmbito de ação”.
La principal tarea pendiente de la comunidad internacional con Haití no es enviar un contingente militar.
Esa hermana nación caribeña requiere, con urgencia, más y mejor asistencia y cooperación internacional.
Declaración de @CubaMINREX | https://t.co/h2iBUapKso pic.twitter.com/f3uCllAYU3
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) October 6, 2023
“A principal tarefa pendente da comunidade internacional com o Haiti não é enviar um contingente militar”, argumenta o país caribenho, afirmando que nesse tipo de intervenção é comum que a soberania do país não seja respeitada.
O comunicado do Ministério das Relações Exteriores cubano recorda que o Haiti “sofre de uma grave situação humanitária e de segurança, que agrava a instabilidade social e a pobreza” por causa dos “séculos de colonialismo e neocolonialismo, subdesenvolvimento e intervenção estrangeira”.
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Cuba lembrou que nesse tipo de intervenção é comum que a soberania do país não seja respeitada
Assim, expressa que “a comunidade internacional tem uma enorme dívida moral” com o Haiti, um país que, segundo Havana, “precisa de mais recursos financeiros para o seu desenvolvimento e reconstrução”.
No lugar da intervenção militar estrangeira, Cuba defende o Haiti tenha “uma solução pacífica e sustentável para os enormes desafios que enfrenta, com base no pleno respeito pela sua soberania”.
O país caribenho apelou para que a Comunidade do Caribe (Caricom) posicione-se a a favor de uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo no Haiti.
A chancelaria cubana ainda exaltou a história do Haiti, como “o primeiro país latino-americano e caribenho a revoltar-se contra o colonialismo europeu, a alcançar a sua independência e a abolir a escravatura no Hemisfério Ocidental”.
As relações entre Havana e Porto Príncipe têm sido de cooperação, em especial na saúde pública. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba mencionou que, desde 1988, tem mantido “uma brigada de profissionais e técnicos de saúde no Haiti, para apoiar incondicionalmente seu povo, inclusive durante o impacto de eventos meteorológicos e sísmicos, o surto de cólera e a pandemia de covid-19”.
(*) Com TeleSUR