O movimento palestino islâmico Hamas condenou nesta segunda-feira (01/04) a visita do presidente Jair Bolsonaro a Jerusalém Oriental e afirmou que o ato viola leis internacionais.
Em comunicado oficial, o grupo palestino afirma que a visita do mandatário brasileiro à “ocupação israelense” é um movimento que “não só contradiz a atitude histórica do povo brasileiro que apoia a luta do povo palestino por liberdade e contra a ocupação, como também viola leis e normas internacionais”.
Bolsonaro esteve nesta segunda no muro das lamentações, que fica em Jerusalém Oriental, zona ocupada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e não reconhecida por organismos internacionais como território israelense.
O Hamas ainda rechaçou o fato de Bolsonaro ter visitado o monumento acompanhado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e a proposta do presidente do Brasil de abrir um escritório comercial na cidade.
“O Hamas pede ao Brasil para reverter essa política imediatamente que é contrária às leis internacionais e a posição de apoio do povo brasileiro e dos povos da América Latina”, diz o comunicado.
O grupo também afirmou que as recentes posições do governo brasileiro não servem “para a estabilidade e segurança da região e ameaça os laços do Brasil com nações islâmicas”.
Em um apelo a organizações como a Liga Árabe e a Organização de Cooperação Islâmica, o Hamas pediu que se faça pressão ao governo brasileiro “para reverter essas medidas que apoiam a ocupação israelense e proporcionam cobertura pelos seus crimes e violações contra o povo palestino”.
Bolsonaro em Israel
Em sua visita a Israel, Bolsonaro foi o primeiro chefe de Estado brasileiro a ir ao Muro das Lamentações acompanhado pelo premiê israelense.
O mandatário brasileiro ainda anunciou a criação de um escritório comercial em Jerusalém, o que fez com que o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina convocasse seu embaixador no Brasil para consultas.
Pedro Moreira/Revista Fórum
‘Hamas pede ao Brasil para reverter essa política imediatamente’, afirma o movimento islâmico