Em 6 de dezembro de 1914, Emiliano Zapata e Pancho Villa entram juntos na cidade do México, após quatro anos de lutas revolucionárias. Contudo, o sucesso da dupla é efêmero e os dois acabam sendo expulsos pelo ditador Carranza.
Villa e Zapata desempenharam um intricado papel na Revolução Mexicana. Lutaram pelos direitos do povo mexicano e ajudaram na derrocada do ditador Porfírio Diaz. Eram uma inspiração para os camponeses que orgulhosamente lutavam a seu lado.
Zapata, camponês mestiço, meio índio, meio branco, treinava cavalos. No México havia uma enorme concentração fundiária que deixava muitos camponeses sem terra. O governo de Porfírio Díaz empreendeu esforços para que o capitalismo mexicano se desenvolvesse, apoiado no capital estrangeiro e em uma política de marginalização popular.
Com grande capacidade de liderança e inconformado com o sistema ditatorial, Zapata declarou seu desejo de promover a distribuição das terras de latifundiários entre a população carente. Após o manifesto de Zapata, o governou mandou prendê-lo. Posto em liberdade, Zapata organizou, sob o lema “Terra e Liberdade”, um grupo de indígenas e camponeses, principalmente do sul do país, e passou a realizar ações de guerrilha, ocupando e repartindo as terras.
Uniu-se a Pancho Villa, ex-domador de cavalos, ex-bandido e guerrilheiro, que liderava os camponeses do norte com o objetivo de combater o Exército Federal e os grandes proprietários, conquistando vilas e cidades. O primeiro efeito da revolução mexicana, iniciada em 1910, foi a derrubada do governo ditatorial de Díaz e a ascensão de Francisco Madero que fazia parte da classe alta. Ele havia sido educado em Paris e na Universidade da Califórnia e vivia em San Antonio, Texas.
Zapata exigia, além da reforma agrária, a derrubada do governo de Madero. Porém, quando Vitoriano Huerta assassinou Madero, em 1913, Zapata se recusou a se unir ao governo. Huerta acabou abandonando o país, deixando o poder em 1914 para Venustiano Carranza, líder do movimento constitucionalista.
Cuernavaca
Por volta de março de 1914, as forças de Zapata totalizavam perto de 8 mil combatentes. Na primavera do mesmo ano, quatro grandes forças revolucionárias convergiam sobre a cidade do México. No final de maio, Zapata estabeleceu o cerco de Cuernavaca ao mesmo tempo em que Pancho Villa se aproximava da capital vindo do norte.
Durante junho e julho, Zapata iniciou sua própria ofensiva contra o Distrito Federal tomando a cidade de Milpa com uma força de quatro mil homens. Uma sustentada marcha em direção a Cuernavaca e o Distrito Federal, vinda de todas as direções, teve início em 25 de julho. Zapata, excitado com a vitória iminente, declarou que “não haveria paz enquanto a terra não fosse distribuída entre aqueles que sabem como e querem cultivá-la.”
Em 20 de agosto, o fazendeiro Venustiano Carranza, chefe da facção rebelde do norte, se declara presidente do México, apesar das objeções de Pancho Villa. Zapata se apodera de todo o estado de Morelos e ocupa Cuernavaca.
Wickicommons
Zapata entra em Cuernavaca em abril de 1911
Repentinamente, novas cisões ocorrem na liderança rebelde. Logo depois de se tornar presidente, Carranza e Pancho Villa passam a se hostilizar. Por sua vez, Zapata avalia as atitudes de Carranza e acaba por considerá-lo ‘indigno de confiança’. Zapata decide prestar total apoio a Pancho Villa. Em meados de novembro, as forças leais a Zapata e Pancho Villa já somavam 90 mil homens contra 70 mil partidários de Carranza.
Na noite de 24 de novembro, as forças de Zapata chegam aos limites da capital. Finalmente, em 4 de dezembro, Zapata e Villa se encontram pela primeira vez em Xochimilco, no Distrito Federal. Dois dias depois, debaixo de aplausos de 50 mil combatentes, os dois invadem triunfantes o centro da cidade do México. Concordam, de imediato, em instalar Eulalio Gutiérrez como presidente interino da República do México.
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