Quarta-feira, 21 de maio de 2025
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No principal evento do 5° Fórum Mundial do Holocausto, realizado nesta quinta-feira (23/01) em Jerusalém, líderes e representantes de 49 países se uniram para condenar o antissemitismo do regime nazista e rechaçar o renascimento desse fenômeno na Europa e no mundo. O fórum lembra os 75 anos da liberação do campo de extermínio Auschwitz-Birkenau, onde 1,3 milhão de pessoas – 90% judeus – foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial.

O evento realizado no Yad Vashem, o Museu do Holocausto em Jerusalém, teve, no entanto, como pano de fundo questões geopolíticas e disputas diplomáticas. 

A cerimônia começou com uma hora de atraso depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, inaugurou, junto com o presidente russo, Vladimir Putin, um monumento pelas vítimas do cerco de Leningrado, que matou um milhão de russos durante a Segunda Guerra Mundial.

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Tanto no discurso perante o monumento quanto em sua fala no evento principal, Putin travou um paralelo entre o Holocausto e o cerco a Leningrado, deixando claro que os russos foram vítimas do nazismo assim como os judeus. 

Putin acusou governos europeus de terem colaborado no assassinato de judeus. Citou a Ucrânia, a Lituânia, a Letônia, Bielorrússia e Polônia. O presidente russo sugeriu a realização de encontros periódicos entre os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU para discutir todo o tipo de racismo e preconceito.

Fórum lembra os 75 anos da liberação do campo de extermínio Auschwitz-Birkenau, onde 1,3 milhão de pessoas  foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial

Reprodução

‘Ninguém tem o direito de convocar seus mortos para justificar as divisões ou o ódio’, disse Macron

O presidente francês, Emmanuel Macron, aceitou o convite em seu discurso, no qual disse que o Holocausto não pode ser manipulado, revisitado e utilizado politicamente. “Todos os racismos proliferam quando o antissemitismo aparece”, disse Macron. 

“Existe a justiça, a história com suas provas, e a história de uma nação. Não confundamos tudo isso sob o risco de mergulhar coletivamente na infelicidade. Ninguém tem o direito de convocar seus mortos para justificar as divisões ou o ódio contemporâneo, porque todos os que morreram nos obrigam à verdade, à memória, ao diálogo e à amizade”, destacou Macron.

Em seu discurso, o primeiro-ministro Netanyahu agradeceu a presença de todos, mas lembrou que, para os seis milhões de judeus que pereceram, a união dos aliados contra o nazismo chegou tarde demais.