Insatisfeito com posição de Merkel sobre Grécia, Hollande fez reunião secreta com oposição a ela
Francês, recém-empossado, via alemã como "intransigente" e se reuniu, em 2012, com oposição a ela; hoje, grupo faz parte do governo Merkel III
O presidente francês, François Hollande, fez uma reunião secreta em 2012 com a oposição à chanceler alemã, Angela Merkel, sobre as negociações da dívida grega na União Europeia, segundo a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA). É o que revela o Wikileaks, em informações vazadas nesta terça-feira (23/06).
Hollande via Merkel como “intransigente” e temia a saída da Grécia da zona do euro. O presidente francês convocou uma reunião secreta em seu gabinete no palácio do Eliseu para discutir o assunto, já que ele acreditava em problemas econômicos para os outros 14 países e também para as exportações e bancos franceses – a França detém 35% dos títulos da dívida grega.
De acordo com o telegrama, Hollande – então recém-empossado – temia que uma eventual saída da Grécia da UE levasse o povo grego a votar em partidos extremistas. Hollande, então, segundo o telegrama de 22 de maio de 2012, convidou o chefe do SPD, Sigmar Gabriel, para um encontro em Paris , que aconteceu em 13 de junho. O SPD, hoje, é parceiro de coalizão de Merkel e Gabriel, vice-chanceler e ministro da Economia e Tecnologia da Alemanha.
Agência Efe/23.mai.2013
Merkel, Gabriel e Hollande, durante evento na Alemanha: francês se reuniu com opositor para discutir negociação sobre Grécia
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“Hollande estava preocupado de que o vazamento da preocupação francesa com a saída grega da zona do euro piorasse a situação”, informa o telegrama. O presidente francês reclamou com ministros de que “Merkel parecia haver desistido da Grécia”, segundo o teor da conversa em Berlim logo após a posse de Hollande, na semana de 14-18 de maio de 2012.
Em maio de 2012, o Syriza disputava apenas a sua quarta eleição, a segunda delas sob o comando de um jovem engenheiro civil de 37 anos, chamado Alexis Tsipras. O partido conseguiu saltar de 13 para 52 cadeiras no Parlamento grego e atingiu o segundo lugar na eleição. O pleito foi vencido pelo Neo Demokratia, partido de centro-direita, com Antonis Samaras como primeiro-ministro, numa coalizão pró-UE.
