O Irã acusou o Reino Unido de fomentar a desestabilização política do país a partir dos protestos realizados nas últimas semanas, após a morte da jovem Mahsa Amini.
Em entrevista à imprensa local nesta terça-feira (27/12), o chanceler iraniano Nasser Kanaani afirmou que “alguns países, especialmente o Reino Unido, tiveram uma participação ativa nos recentes eventos que aconteceram no país”.
O diplomata acrescentou que a Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, por sua sigla em inglês), prendeu agentes que estavam relacionados com as manifestações recentes. com ligações ao Reino Unido.
“Sete dos principais líderes dos recentes protestos estão relacionados com o Reino Unido, e foram detidos pelos serviços de inteligência do IRGC. Nesse grupo estão alguns cidadãos com dupla nacionalidade que tentaram deixar o país”, assegurou Kanaani.
Ministério de Relações Exteriores do Irã
O chanceler do Irã, Nasser Kanaani
O chanceler reforçou seu discurso, afirmando que o Reino Unido tem “desempenhado um papel destrutivo no Irã”.
Esta não é a primeira vez que uma autoridade iraniana acusa países estrangeiros de estarem por trás das manifestações pela morte de Mahsa Amini. Estados Unidos, Israel e França também já foram apontados por ministros e até pelo aiatolá Khamenei [líder religioso do país] como responsáveis por fomentar os protestos.
Amini era uma jovem de 22 anos de origem curda, que morreu quando se encontrava presa, supostamente por não utilizar o hijab [véu islâmico] segundo o estabelecido pelas leis do país.
Organizações de direitos humanos acusam a polícia iraniana de ter torturado e causado a morte de Amini. As autoridades do país asiático contestam essa versão e dizem que ela foi vítima de uma doença da qual já sofria antes de ser presa.