O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, afirmou nesta segunda-feira (20/01) que o país deixará o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (NPT, na sigla em inglês) se a Alemanha, França e o Reino Unido insistirem em levar o caso iraniano ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em busca de mais sanções contra a nação islâmica.
Berlim, Paris e Londres acionaram na última semana o mecanismo de disputa previsto pelo acordo nuclear iraniano de 2015 que possibilita a imposição de novas sanções contra Teerã que seriam impostas pela ONU. A medida veio após o Irã anunicar sua retirada completa do acordo nuclear como resposta ao assassinato do general Qassim Soleimani, morto por um bombardeio norte-americano em Bagdá, no Iraque.
“Se os europeus continuarem seu comportamento inadequado ou enviar o caso do Irã ao Conselho de Segurança, nós sairemos do NPT”, disse Zarif.
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O Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares é um pacto internacional assinado em 1968 por diversos países envolvidos direta ou indiretamente na tensão da Guerra Fria entre Estados Unidos e a então União Soviética. O documento visa a prevenção do aumento de armamentos e tecnologias nucleares.
O chanceler iraniano ainda pediu aos países europeus que cumpram com suas obrigações no acordo nuclear e disse que qualquer passo é reversível, desde que haja a contrapartida europeia.
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‘Se os europeus continuarem seu comportamento inadequado, nós sairemos do NPT’, disse Zarif
Mecanismo de disputa
Alemanha, França e Reino Unido acionaram na última terça-feira (14/01) um mecanismo de resolução de conflitos do acordo nuclear de 2015 que pode levar ao restabelecimento de sanções contra o Irã.
Segundo os governos europeus, eles “não tiveram escolha” e agiram para “preservar o tratado”. “Nossa esperança é trazer o Irã de volta ao pleno respeito a seus compromissos”, disseram as nações em comunicado.
O chamado mecanismo de resolução de disputas prevê uma série de reuniões entre as partes para tentar solucionar as questões e, em última instância, pode terminar com uma votação no Conselho de Segurança da ONU para restabelecer as sanções multilaterais contra o Irã.