O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad
Zarif, descartou neste sábado (11/08) uma reunião entre os Estados Unidos e o
Irã, depois de Washington restabelecer as sanções contra Teerã.
Esta é a primeira vez que o Irã rejeita de maneira tão
explícita a proposta de diálogo feita pelo presidente Donald Trump. Interrogado
pela agência conservadora Tasmin sobre um possível encontro com o secretário de
Estado americano, Mike Pompeo, na próxima assembleia da ONU em setembro, Zarif
foi taxativo: “Não, não haverá reunião”.
O presidente americano, Donald Trump, e o iraniano, Hassan
Rouhani, estarão presentes na assembleia. Segundo o ministro iraniano, os
americanos não são honestos e a adoção de sanções não permite “qualquer forma
de negociação.”
Os Estados Unidos restabeleceram as sanções contra o Irã na
última terça-feira (07/08), depois de se retirarem, em maio passado, do acordo
sobre o programa nuclear iraniano, concluído em 2015 entre Teerã e as grandes
potências.
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Segundo Zarif, "não haverá reunião" com Trump. Foto( European External Action Service)
Na época, o ministro iraniano Zarif se reuniu várias vezes
com o então secretário de Estado americano, John Kerry, durante as negociações
que levaram a este acordo. As sanções que atingem o Irã incluem bloqueios às
transações financeiras e às importações de matérias-primas, além de medidas
para impedir as compras no setor automotivo e de aviação comercial.
Golpe para a economia
Em novembro, uma segunda fase de sanções se concentrará no
setor de petróleo e gás, assim como no Banco Central. As medidas terão graves
consequências para a economia iraniana, já castigada por uma elevada taxa de
desemprego e pela inflação. A moeda do país, o rial, perdeu quase metade de seu
valor desde que Trump anunciou sua decisão.
Na semana passada, o presidente americano, Donald Trump,
voltou a usar palavras duras a respeito do Irã, ao mesmo tempo que fez um apelo
à negociação. “O regime iraniano tem uma opção”, afirmou o presidente
americano.
“Pode mudar sua atitude ameaçadora e desestabilizadora
e se reintegrar à economia mundial ou pode continuar na rota do isolamento
econômico”, declarou. “Continuo aberto para alcançar um acordo mais
amplo, que aborde todas as atividades do regime, incluindo seu programa de
mísseis balísticos e seu apoio ao terrorismo”, completou.
Com informações da AFP Brasil